Por Eduardo Luiz
19/12/2022, 00h15 – Atualizado em 29/12/2022, às 21h47
A temporada 2022 foi mais uma em que o Palmeiras foi protagonista. Dos 6 campeonatos que disputou, contando o Mundial, que tecnicamente pertenceu à temporada 2021 mas que por causa do calendário foi disputado em 2022, o Verdão conquistou três: Recopa, Paulista e Brasileirão. Na Copa do Brasil o time foi removido por uma arbitragem criminosa, e na Libertadores o sonho do Tetra terminou na semifinal (também com uma arbitragem lesiva).
Relembre abaixo, mês a mês, os principais acontecimentos do ano. Em cada mês, é possível clicar nos itens destacados e ler como noticiamos os fatos na época em que aconteceram.
Logo no primeiro dia do ano o técnico Abel Ferreira abriu a pré-venda do livro “Cabeça Fria, Coração Quente”, que contava os bastidores dos títulos conquistados nas temporadas anteriores. Toda arrecadação foi destinada a instituições de caridade.
Ainda no começo de janeiro o Palmeiras anunciou que Dudu voltaria a usar a camisa número 7, e Rony herdaria a 10 de Luiz Adriano. A pré-temporada teve início no dia 5, mas não contou com todo elenco, já que Weverton, Patrick de Paula, Scarpa, Breno Lopes e Rafael Navarro testaram positivo para Covid-19 e precisaram cumprir isolamento. Alguns dias depois foi a vez de Marcos Rocha ser isolado pelo mesmo motivo.
Com apenas 4 dias de treinos o Verdão já disputou um jogo-treino, e empatou com o Pouso Alegre na Academia de Futebol. No dia 12/1, outra atividade, essa no Allianz Parque, e a derrota para a Portuguesa causou certa estranheza. A “resposta” veio rápido. No dia 15/1 o Palmeiras disputou dois jogos-treinos e venceu ambos, e pelo mesmo placar: 2 a 1 no Juventus pela manhã, e 2 a 1 no Primavera de tarde.
O último teste da pré-temporada foi um jogo-treino caseiro realizado em 19/1; no CT, com o elenco uniformizado, o time verde empatou com o time branco em 2 a 2.
A estreia no Campeonato Paulista aconteceu em 23/1 com vitória por 2 a 1 sobre o Novorizontino, fora de casa. Na segunda rodada o Verdão goleou a Ponte Preta no Allianz Parque. Na sequência, com reservas, o time ficou no empate com o São Bernardo.
Base: com um time repleto de garotos talentosos, como Vanderlan, Garcia, Jhonatan, Endrick e Giovani, dentre outros, o Palmeiras abriu a temporada da base dando fim o tabu de nunca ter vencido a Copa São Paulo. A campanha vitoriosa contou com vitórias marcantes sobre Internacional (oitavas), São Paulo (semifinal) e Santos (final). No Allianz Parque lotado o Verdão atropelou o rival e conquistou o título.
Chegava o mês do Mundial, e logo no primeiro dia uma notícia ruim: com Covid-19, Piquerez e Gabriel Veron ficaram de fora da viagem a Abu Dhabi. Ainda no dia 1/2, o Palmeiras disputou a quarta partida pelo estadual e venceu o Água Santa.
No dia 5/2, três dias depois do embarque do restante da delegação, Piquerez testou negativo e viajou. Veron não teve a mesma sorte e acabou cortado do Mundial. No mesmo dia o Verdão soube que enfrentaria o Al Ahly na semifinal (o clube do Egito eliminou o Monterrey, do México).
Por opção do técnico Abel Ferreira, outros garotos ficaram de fora da lista dos inscritos no Mundial: Renan, Gabriel Menino e Patrick de Paula. O português precisou explicar sua decisão. A repercussão, no entanto, durou pouco, já que dois dias depois, em 8/2, o Verdão estreou na competição e com uma atuação consistente derrotou o Al Ahly por 2 a 0, garantindo vaga na final. O adversário seria o Chelsea, que passou pelo Al Hilal, da Arábia Saudita, na outra semifinal.
A chance do bi-Mundial foi marcada para o dia 12/2. O Palmeiras disputou um bom jogo contra o Chelsea, saiu atrás, buscou o empate com Raphael Veiga, mas na prorrogação acabou superado graças a um pênalti cometido por Luan já perto do final da partida.
Não dava tempo para lamentar. No dia 16/2 o Verdão estava de volta a campo pelo Campeonato Paulista, e o técnico Abel Ferreira escalou reservas para derrotar a Ferroviária, em Araraquara. Na sequência outra vitória, sobre o Santo André.
Campeão da Libertadores em 2021, o Palmeiras se credenciou a disputar a Recopa Sul-Americana em 2022. O adversário seria o Athletico-PR, campeão da Sul-Americana. O jogo de ida aconteceu em 23/2, em Curitiba. Sem Gómez (Covid), Luan e Scarpa (lesionados) o Verdão buscou um empate em 2 a 2.
O último compromisso do Verdão no mês foi diante da Inter de Limeira. Usando reservas, já que o foco estava na partida de volta da Recopa, houve um empate em 0 a 0, na casa do adversário.
O Palmeiras abriu março levantando o título da Recopa, que foi confirmado com vitória tranquila por 2 a 0 sobre o Athletico-PR, no Allianz Parque. Quatro dias depois da taça inédita o time de Abel Ferreira voltava a atenção para o Campeonato Paulista, e a formação mista que o português escalou não teve problema para derrotar o Guarani.
Em função da agenda remanejada para a disputa do Mundial, o Verdão disputou três clássicos seguidos pelo estadual, e venceu todos: 1 a 0 no São Paulo, 1 a 0 no Santos, e 2 a 1 no Corinthians. Já classificado, Palmeiras usou reservas na última rodada da fase classificatória e empatou com o Red Bull Bragantino.
O primeiro “mata” do Paulista foi contra o Ituano; Raphael Veiga e Rony fizeram os gols da vitória por 2 a 0 e da classificação para a semifinal. Convocados por suas respectivas seleções, Weverton, Gómez e Kuscevic foram desfalques. Na semi, o Verdão reencontrou o Red Bull Bragantino e venceu por 2 a 1, garantindo vaga na decisão pelo terceiro ano seguido.
Repetindo 2021, o Palmeiras reencontrou o São Paulo na final. No jogo de ida, disputado no Morumbi, a arbitragem da FPF foi peça determinante na vitória do rival por 3 a 1 ao inventar o pênalti que abriu o placar, ao validar o terceiro gol do adversário, e ao não assinalar dois pênaltis em Gustavo Gómez. Um escárnio! Ao final do jogo, a torcida adversária gritou “campeão”, e nas redes sociais, Hernanes, ex-volante do São Paulo, parabenizou o clube pelo título. Mal sabiam o que estava por vir no Allianz Parque…
Em 3 de abril, quatro dias depois do assalto que sofreu no Morumbi, o Verdão recebeu o São Paulo no Allianz Parque e não tomou conhecimento do adversário. Precisando de uma vitória por 3 gols de diferença para ser campeão, o time de Abel Ferreira foi além e atropelou por 4 a 0, confirmando o segundo título da temporada com requintes de crueldade diante de um rival soberbo.
Curtindo a taça, o Palmeiras se deu ao luxo de usar um time misto na estreia da Libertadores contra o Deportivo Táchira, disputado apenas 3 dias depois da final do Paulista. Os 7 titulares que não viajaram à Venezuela não fizeram falta na vitória por 4 a 0.
De volta com força máxima, o Verdão recebeu o Ceará em 9/4 pela estreia do Brasileirão e acabou surpreendido. A derrota por 3 a 2 ficou barato diante da atuação desconcentrada da equipe.
Em abril o Palmeiras ainda disputou mais 6 jogos, sendo 3 pelo Campeonato Brasileiro (empates com Goiás e Flamengo e vitória sobre o Corinthians), 2 pela Libertadores (8 a 1 no Petrolero e 3 a 1 no Emelec), e 1 pela Copa do Brasil (2 a 1 de virada sobre a Juazeirense).
A nota triste do mês foi o falecimento do ídolo Rincón, na Colômbia, após não resistir a ferimentos causados por um acidente de carro.
O mês de maio reservava ao Verdão mais jogos por Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil. Pela principal competição nacional o time de Abel Ferreira venceu os compromissos contra Petrolero (5 a 0), Emelec (1 a 0) e Deportivo Táchira (4 a 1), garantindo a melhor campanha da história do torneio na fase de grupos.
Pelo Brasileirão foram 4 jogos: empate com Fluminense, e vitórias sobre Red Bull Bragantino, Juventude e Santos. Na vitória sobre o rival da baixada o meia Raphael Veiga desperdiçou seu primeiro pênalti pelo clube (em 25 cobranças), e o resultado alçou a equipe à liderança. Já pela Copa do Brasil, atuando em Londrina, o Palmeiras voltou a derrotar a Juazeirense por 2 a 1 e garantiu vaga nas oitavas de final.
Ainda em maio o Verdão conheceu seu adversário nas oitavas de final da Libertadores; por sorteio foi definido o Cerro Porteño. Também dentro do mês o Palmeiras anunciou um acordo para a assinatura do primeiro contrato profissional com o fenômeno Endrick, que viria a ser firmado em 21 de julho, assim que o garoto completasse 16 anos.
O primeiro compromisso de junho foi contra o Atlético-MG, e o empate em 0 a 0 no Allianz Parque fez o Verdão perder momentaneamente a liderança do Brasileirão. No dia seguinte, em 7/6, a CBF realizou o sorteio dos jogos das oitavas de final da Copa do Brasil; no caminho do Palmeiras estava novamente o São Paulo.
Antes de iniciar a disputa das oitavas da Copa do Brasil, porém, o Verdão disputou 4 rodadas do Brasileirão, uma delas contra o próprio São Paulo (vitória de virada nos acréscimos). Os outros três jogos foram contra Botafogo, Coritiba e Atlético-GO, e foram três vitórias, que fizeram o time de Abel Ferreira retomar a liderança, posto que não perderia mais até o final do campeonato.
Em 23/6 o Palmeiras visitou o São Paulo pelo confronto de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, e repetindo o que havia acontecido na final do Campeonato Paulista, o rival contou com a arbitragem para sair vencedor. O jogo de volta aconteceria apenas em julho.
Em junho o Verdão disputou mais uma rodada pelo Brasileirão (empatou com o Avaí em Santa Catarina) e abriu as oitavas de final da Libertadores contra o Cerro Porteño com vitória fora de casa (3 a 0).
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O Palmeiras entrou em julho com o pé esquerdo. Apesar de ter jogado bem contra o Athletico-PR – finalizou mais de 30 vezes, o adversário, comandado por Felipão, saiu vencedor por 2 a 0 em pleno Allianz Parque.
Sem tempo para lamentar, em 6/7 o Verdão recebeu o Cerro Porteño e confirmou a classificação para as quartas de final da Libertadores com outra vitória tranquila – 5 a 0 com direito a golaço de bicicleta de Rony.
Em 10/7, quatro dias antes do jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, o Palmeiras visitou o Fortaleza e empatou em 0 a 0. O maior prejuízo, porém, foi a lesão de Rony, que ficaria fora de combate por quase um mês.
Precisando reverter a vantagem que o São Paulo abriu no Morumbi (1 a 0) para seguir vivo na Copa do Brasil, o Verdão iniciou o clássico atropelando o rival. Com 12 minutos de bola rolando o placar já estava 2 a 0. Na metade do segundo tempo Raphael Veiga desperdiçou um pênalti. Pouco depois, entrou em cena a arbitragem da CBF. Num lance de impedimento de Calleri, o VAR inventou um pênalti de Gómez; Leandro Pedro Vuaden concordou com a sugestão sem checar a posição irregular do sãopaulino, que descontou: 2 a 1. Desestabilizado emocionalmente, o Palmeiras não teve forças para reagir no tempo regulamentar, e acabou eliminado nos pênaltis. Dois dias depois do assalto o áudio do VAR confirmou as decisões absolutamente equivocadas da equipe de arbitragem que favoreceram o rival.
Sacado da Copa do Brasil, o Verdão ainda teria pela frente mais 4 rodadas do Brasileirão antes do mês terminar, e foram 4 vitórias seguidas, sobre Cuiabá, América-MG, Internacional e Ceará.
O mês de agosto reservava ao Palmeiras os confrontos das quartas de final da Libertadores contra o Atlético-MG. No jogo de ida, em Belo Horizonte, após estar perdendo por 2 a 0 o Verdão mostrou poder de reação e buscou o empate.
Antes de disputar a partida de volta, o Palmeiras recebeu o Goiás pelo Brasileirão e venceu com facilidade (3 a 0), abrindo uma vantagem confortável na liderança (6 pontos).
No dia 10/8 Verdão recebeu o Atlético-MG precisando de uma vitória simples para avançar à semifinal da Libertadores. A expulsão de Danilo aos 28 minutos do primeiro tempo tornou o objetivo mais complicado. Na etapa final, outra expulsão, de Scarpa, aos 36 minutos, deixou a torcida incrédula na classificação. Mas ao invés de lamentar, os 40.433 Palmeirenses presentes ao Allianz Parque entraram em campo junto dos 9 jogadores que restaram, e levaram a decisão da vaga para os pênaltis.
Vindo de 5 eliminações seguidas nas penalidades o Verdão ignorou o retrospecto ruim e incrivelmente converteu as 5 cobranças iniciais. Weverton defendeu a sexta do Atlético-MG, e Murilo converteu a do Palmeiras, que de maneira heroica e histórica se classificou para mais uma semifinal da Libertadores.
O adversário na fase seguinte seria o Athletico-PR. O jogo de ida aconteceu em 30/8, e numa das piores atuações do ano o Verdão acabou superado por 1 a 0. Antes da derrota em Curitiba, o Palmeiras disputou 3 rodadas do Brasileirão: venceu o Corinthians e empatou com Flamengo e Fluminense. Coincidentemente, os três se alternaram na condição de vice-líderes na ocasião dos confrontos.
Focado no jogo de volta da semifinal da Libertadores, o Palmeiras visitou o Red Bull Bragantino com reservas e sofreu para empatar em 2 a 2, resultado que fez o time chegar a três rodadas sem vitória no Brasileirão, mas a vantagem na liderança seguiu confortável em 6 pontos.
No dia 6/9 o Verdão recebeu o Athletico-PR precisando reverter o 1 a 0 que levou em Curitiba. Com 2 minutos de jogo Raphael Veiga fez 1 a 0. Apesar de melhor em campo, o time de Abel Ferreira passou a encontrar dificuldades para superar a forte marcação do adversário, e para piorar teve Murilo expulso no último lance do primeiro tempo.
No começo da etapa final o Palmeiras surpreendeu e chegou a fazer 2 a 0 com Gustavo Gómez. Com o placar que precisava, porém, o Verdão não conseguiu manter o foco e viu o Athletico-PR buscar o empate. A exemplo do que aconteceu na Copa do Brasil, o Palmeiras reclamou muito da arbitragem, que deixou de expulsar um jogador do Athletico-PR por cotovelada em Rony, e que não assinalou pênalti de Fernandinho (também em Rony).
Fora da competição continental, restava ao Verdão 13 rodadas para confirmar o título do Brasileirão, ou melhor, 13 finais, como definiu Abel Ferreira. As três primeiras aconteceram em setembro, e foram três vitórias: 2 a 1 sobre o Juventude, 1 a 0 sobre o Santos (com um jogador a menos) e 1 a 0 diante do Atlético-MG numa partida que ficou marcada por novos “erros” absurdos da arbitragem.
Em função da Copa do Mundo, que foi realizada entre 20 de novembro e 18 de dezembro, no Catar, o Palmeiras viu o calendário de outubro ficar apertado. Das últimas 10 rodadas do Brasileirão, 6 seriam disputadas ao longo do mês. Ou seja, o time embalaria de vez rumo ao título, ou se complicaria.
Os primeiros dois jogos foram com vitória: 3 a 1 sobre o Botafogo, e 4 a 0 no Coritiba. Na sequência, no entanto, vieram dois empates, com Atlético-GO, fora, e São Paulo, em casa, com dois jogadores a mais e pênalti perdido por Scarpa. A vantagem na liderança, que chegou a ser de 12 pontos, caiu para 8.
Se existia por parte de algum rival a esperança de tirar o título do Verdão, as últimas duas rodadas disputadas em outubro fizeram a ficha cair. As vitórias sobre Avaí e Athletico-PR deixaram o Hendeca muito perto de ser confirmado. Diante da equipe paranaense, o fenômeno Endrick entrou no intervalo e marcou os dois primeiros gols como profissional.
Se o time masculino estava muito próximo de continuar fazendo história, a equipe feminina não ficou atrás: no dia 28/10 goleou o Boca Juniors por 4 a 1 e conquistou o título inédito da Libertadores.
O Palmeiras iniciou o mês gritando “campeão”. No dia 2/11, sem entrar em campo, o Verdão viu o Internacional ser derrotado pelo América-MG em Belo Horizonte, resultado que garantiu matematicamente o 11º título do Brasileirão.
No mesmo dia, só que de noite, o Palmeiras recebeu o Fortaleza e não quis saber de festa: goleou o bom adversário por 4 a 0 e só depois curtiu o título com a torcida.
O primeiro jogo pós-Hendeca foi contra o Cuiabá. Sem força máxima, o time ficou no empate em 1 a 1. No dia 9/11, novamente diante da torcida, Abel voltou a usar titulares, e o Verdão derrotou o América-MG por 2 a 1 na partida que marcou a entrega da taça e a despedida de Gustavo Scarpa no Allianz Parque.
Na última rodada o Palmeiras visitou o Internacional, e com apenas 6 titulares acabou superado por 3 a 0. Foi a única derrota da equipe como visitante em todo Brasileirão.
Com o elenco em férias e com o mundo do futebol focado na Copa do Mundo, o mês de dezembro estava tranquilo até duas notícias movimentaram o clube.
No meio do mês Palmeiras e Real Madrid anunciaram um acordo envolvendo o atacante Endrick. O fenômeno da base alviverde, que foi disputado por praticamente todos gigantes europeus, assinou com a equipe espanhola numa negociação recorde para o clube e no futebol brasileiro: 72 milhões de euros.
Dois dias depois da venda de Endrick, a presidente Leila Pereira veio a público e cobrou uma resposta de Dudu quanto à proposta de renovação. A novela se estendeu até o dia 23, quando o o clube anunciou a permanência do atacante até 2025.
E se o ano começou com um título sobre o Santos no Allianz Parque (Copa SP), terminou da mesma maneira: em 21/12 a equipe feminina venceu o rival da baixada por 2 a 1 diante de 20 mil torcedores, e conquistou o Campeonato Paulista.
A nota triste do mês foi o falecimento do Rei Pelé, que defendendo o Santos protagonizou memoráveis duelos contra o Palmeiras nas décadas de 50, 60 e 70.
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Além do título inédito da Copa São Paulo, a base do Palmeiras teve vários outros títulos para comemorar ao longo da temporada. Ainda em janeiro o Verdão Sub-17 sagrou-se campeão da FAM Cup com goleada sobre o Corinthians.
Com Endrick decisivo, em junho o Palmeiras derrotou o Vasco em São Januário o levantou a taça da Copa do Brasil Sub-17. Fenômeno da base, o garoto voltaria a ser protagonista de um título em setembro, desta vez do Sub-20 – fez o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians, em Itaquera, resultado que valeu a taça do Brasileirão.
Assim como aconteceu no profissional, a base também sofreu com arbitragens ruins. Em outubro o Sub-20 foi eliminado do Campeonato Paulista em pleno Allianz Parque após atuação desastrosa dos homens do apito. No mês seguinte o Sub-15 superou o São Paulo e conquistou o estadual. No mesmo dia o Sub-17 também foi campeão paulista, deixando o SKA Brasil com o vice.
Em novembro os garotos do Sub-20 repetiram os profissionais e tornaram o Flamengo vice de um título relevante, o da Copa do Brasil. Promovido, Endrick não disputou a decisão.
A temporada de taças ainda teve outro título do Sub-17, desta vez do Brasileirão. Na final, em Porto Alegre, o Verdão venceu o Grêmio de virada com excelente atuação de Luis Guilherme. Por fim, veio o título estadual do Sub-13 diante do Santos.
O mercado do Palmeiras para 2022 foi tímido. Em dezembro a diretoria anunciou as contratações de Atuesta, Marcelo Lomba e Rafael Navarro. Em janeiro foi a vez de Jailson e Murilo.
Algumas negociações tentadas no começo do ano não deram certo, como as de Huerta e Lucas Alario. Os dois estiveram muito próximos de serem anunciados, mas suas negociações foram abortadas de última hora – o zagueiro porque foi reprovado nos exames médicos, e o atacante por desacerto financeiro com o Bayer Leverkusen.
Em março a diretoria também desistiu oficialmente da contratação de Pedro, do Flamengo. Com Rony dando conta na função de homem-gol, o Palmeiras postergou a procura por centroavante. Em maio Merentiel foi anunciado. Em junho foi a vez de López. Os dois precisaram esperar a abertura da janela de transferências, em julho, para ficarem à disposição do técnico Abel Ferreira.
Já pensando numa reposição para Gustavo Scarpa, em agosto o Palmeiras contratou junto ao Sporting, de Portugal, o meia-atacante Bruno Tabata.
Tímido para contratar, o Verdão fez várias renovações, a começar pelo técnico Abel Ferreira, que em março firmou novo contrato até dezembro de 2024. Do elenco multicampeão, também tiveram os vínculos ampliados: Weverton, Danilo, Marcos Rocha, Wesley, Mayke, Lomba, Luan e Raphael Veiga.
A principal baixa no elenco do Palmeiras em 2022 aconteceu já no final do ano. Em junho o meia Gustavo Scarpa assinou pré-contrato com o Nottingham Forest, mas ele manteve-se focado no clube e acabou sendo peça-chave na conquista do Hendeca Brasileiro.
Fora dos planos desde o final da temporada passada por falta de comprometimento, o atacante Luiz Adriano encontrou um destino em meados de fevereiro, quando foi anunciado por um time pequeno da Turquia.
As outras saídas também envolveram atletas que não seriam mais aproveitados pelo técnico Abel Ferreira, como os volantes Danilo Barbosa e Matheus Fernandes, além do lateral Victor Luis. Já o meia Lucas Lima renovou sem empréstimo com o Fortaleza.
Em fevereiro o zagueiro Pedrão foi negociado com o futebol português. Em março foi a vez de outra Cria ser vendida, e essa surpreendeu muita gente: Patrick de Paula, que tinha perdido espaço por indisciplina, aceitou uma proposta do Botafogo e se despediu do clube. Escanteado pelo mesmo motivo de PK, Renan foi emprestado ao Red Bull Bragantino.
Enquanto uns saíam pela porta dos fundos, Deyverson saiu pela porta da frente. Após encerrar seu contrato, em maio, o atacante, autor do gols dos títulos do Brasileirão 2018, e da Libertadores 2021, foi homenageado pela diretoria. Pouco tempo depois ele acertou com o Cuiabá.
No meio do ano o River Plate contratou o atacante Miguel Borja, que estava no Junior Barranquilla. Dono de 50% dos direitos econômicos do colombiano, o Verdão embolsou uma bolada.
Com idade estourada para atuarem no Sub-20 e pouco utilizados no profissional, em julho o volante Pedro Bicalho e o atacante Gabriel Silva foram emprestados ao Santa Clara, de Portugal. Ainda em julho o Palmeiras definiu mais uma venda: por 10,25 milhões de euros Gabriel Veron acertou com o Porto.
Sem conseguir se firmar em clube algum, o atacante Iván Angulo também foi reemprestado, desta vez para o Orlando City, dos Estados Unidos.
Se dentro de campo a temporada do Palmeiras foi agitada, fora das quatro linhas também. Logo no começo do ano, ainda antes do Campeonato Paulista começar, o clube recebeu a notícia de que teria de reduzir em 30% a capacidade de público do Allianz Parque por causa de uma nova onda da Covid-19. A determinação do Governo estadual durou pouco mais de um mês (foi revogada em meados de março).
Para o primeiro jogo em casa de 2022, contra a Ponte Preta, a presidente Leila Pereira, eleita em novembro de 2021, cumpriu uma promessa de campanha e reduziu os preços dos ingressos. Ainda em janeiro o Verdão recebeu do tradicional IFFHS o título de melhor time do mundo em 2021.
Com o sucesso no Palmeiras, o técnico Abel Ferreira teve seu nome especulado em vários clubes do mundo, um deles o Benfica, mas rapidamente seu empresário veio a público para descartar a possibilidade de saída.
Empilhando taças no Verdão, Abel também foi vítima frequente de ataques de jornalistas clubistas. Alguns casos chamaram atenção, como do apresentador Neto, da Band, que ofendeu até a mãe do treinador, do comentarista Paulo Roberto Martins, da Rádio Transamérica, que xingou o Palmeirense de “desgraça”, e de Mauro Cezar Pereira, da Jovem Pan, que chamou o português de “colonizador”. Abel decidiu processar o terceiro, mas a Justiça de São Paulo entendeu que não houve ofensa.
Nos bastidores, outro caso que rendeu polêmica envolveu o assessor da presidente Leila Pereira, corintiano assumido, que tinha assumido o cargo de coordenador da comunicação do Palmeiras. Após muita pressão da torcida, Oliverio Júnior foi desligado.
Antes da final do Campeonato Paulista, o presidente do São Paulo criou confusão ao dizer que seu clube não aceitaria mudar a data do segundo jogo, já que por causa de um show o Verdão corria o risco de não atuar no Allianz Parque. A presidente Leila Pereira revidou em público o chilique do colega, bateu o pé e garantiu ao Palmeiras o direito de atuar em casa. Por causa do palco do show, o setor Gol Norte ficaria interditado, mas a diretoria teve a ideia de instalar telões atrás da estrutura, e liberou acesso para sócios-torcedores.
Em maio o Palmeiras se uniu a outros 7 clubes e criou a “Libra”, liga que tem a pretensão de organizar e comercializar o Brasileirão a partir de 2024. Pouco tempo depois a diretoria anunciou um patrocínio master para o time feminino. Ainda em maio o lateral-esquerdo Jorge foi vítima de uma emboscada perto da Academia de Futebol.
Flagrado numa festa, o atacante Gabriel Veron chegou a ser multado pela diretoria. O episódio aconteceu uma semana antes dele ser vendido ao Porto. Emprestado ao Red Bull Bragantino, o zagueiro Renan envolveu-se em um acidente com vítima fatal. O jogador acabou devolvido pela equipe de Bragança Paulista e posteriormente teve seu contrato rescindido com o Verdão. No mês seguinte à morte de Eliezer Pena, que era Palmeirense, sua família foi recebida no Allianz Parque por elenco e comissão técnica.
Incomodado com seguidos “erros” da arbitragem contra o Palmeiras, em julho o técnico Abel Ferreira bateu na mesa e exigiu da CBF que o Brasileirão fosse decidido em campo. O diretor de futebol Anderson Barros também precisou se manifestar de maneira enérgica.
Com o time se aproximando do título apesar da arbitragem, os jogos em casa ficavam cada vez mais concorridos, e a torcida passou a ter a concorrência dos cambistas por ingressos, situação que se agravou com a omissão da diretoria. Só depois de ficar fora de controle que a presidente Leila Pereira resolveu agir. A polícia foi acionada e uma auditoria contratada. Como resultado, centenas de cambistas foram expulsos do Avanti, e a diretoria anunciou a implementação de reconhecimento facial a partir de 2023.
Na reta final do Brasileirão, com a situação do cambismo controlada, o Palmeiras contou com a sorte de não precisar mandar jogos decisivos longe do Allianz Parque, isso porque grandes shows foram cancelados. Primeiro de Justin Bieber, depois da banda Coldplay.
No final da temporada a diretoria anunciou outro patrocínio: Cimed. A gigante do ramo farmacêutico, presidida por um empresário Palmeirense fanático, comprou os direitos de expor sua marca na camisa do time feminino e em propriedades do futebol masculino não exploradas pela Crefisa/FAM, como o carrinho de maca e a faixa de capitão.
Na política, o Conselho aprovou a redução no número de vitalícios, decisão que foi referendada pelos sócios em assembleia geral.
Clique aqui e veja números e a relação de todos jogos do Palmeiras na temporada.
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Todas fotos que ilustraram essa matéria são de autoria de Cesar Greco/Palmeiras