Por Catedral de Luz
05/04/2021

(Ilustração: Reprodução)

“A verdade está lá fora”, diria a famosa frase de um antigo seriado. Entretanto e na verdade, ela está fora de moda.

Aqui, em terras tupiniquins, embora não seja um privilégio verde e amarelo, a verdade é coisificada de forma artificial. Ela não é pauta obrigatória.

Até quando o homem fará rearranjos dos fatos? Sempre. Enquanto ele não rearranjar-se cultivaremos heróis de barro. A começar pelos assuntos corriqueiros, tais como o futebol.

E por falar em futebol, todos aqui ouviram histórias sobre “o jogo das barricas”? Embora do século passado, um assunto real e amplamente noticiado pela “Folha da Manhã”, em “1938”, embora alguns continuem afirmando que o século XX começou em “1971”.

Um torneio em benefício de um clube à beira da falência e que percebeu nos coirmãos uma saída estratégica e digna, se entendida com humildade – o que a História demonstrou ao contrário –.

Um torneio patrocinado pelos inimigos de “1942”, de cunho amistoso e disputado nas dependências do lendário “Parque Antarctica”.

Um torneio que contou com “4” clubes filiados à “Liga de Futebol do Estado” e que por sua vez abriu mão de sua porcentagem no evento”, no sentido de “colaborar com quem precisava”.

Um torneio que proclamou um time vencedor, mas que colocou o objetivo financeiro à frente do competitivo.

Enfim, atitudes distantes dos valores éticos apresentados tempos depois – 2014, mais precisamente – e que provaram a curta memória dos dirigentes do suposto “clube da fé”.

Bravatearam que a “S.E.P.” por pura incompetência “apequenou-se” e fizeram o favor de deixar claro que a verdade é “fake” e não é fato. Afinal, “o jogo das barricas” nunca existiu, as redes sociais não publicaram um comentário sequer e os jornais da época vivem em absoluto “universo matrix”.

Na verdade, para eles, os jornais de época omitem ou quiça mentem sobre os fatos.

Para eles fica difícil – por estratégia – confiar anos depois em um “Maracanã” com mais de “80.000 pagantes – “80.000 mentirosos?” – comemorando que o “Palmeiras” vencera o “Mundial de Clubes”, de 1951. Não é?

“Let it be”, amigos, mais uma vez. A verdade não tem proprietário. Ela é e sempre será única. Nós sabemos o que somos, a quem ajudamos e por quem fomos atraiçoados.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.