Por Tática Didática
29/03/2022

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Nesta quarta-feira o Palmeiras disputa mais um título, a nona final de Abel Ferreira comandando o Alviverde, desta vez pelo Campeonato Paulista contra o São Paulo. Porém, além dos resultados (o Verdão é o único invicto da competição até agora) o que impressiona é a qualidade do futebol do time palmeirense, a evolução é latente e inegável.

O que deve agradar mais aos olhos do torcedor mais crítico é a agressividade do time, se mantendo no campo de ataque e deixando os adversários muito pouco confortáveis quando recuperam a posse de bola. Hoje o Palmeiras se posiciona mais no campo de ataque adiantando mais seus meio campistas e laterais, muitas vezes com até 8 jogadores na intermediária ofensiva. Além de propiciar mais opções de criação de jogadas de ataque, isso permite ao Verdão pressionar o adversário no campo de defesa e recuperar a bola mais rapidamente já no setor ofensivo.

Defensivamente também podemos notar algumas transformações na equipe, com uma marcação na saída de bola que muitas vezes dá ao zagueiro adversário uma falsa sensação de liberdade em carregar a bola, mas que acaba pressionado por Rony já que suas opções de passe estão sempre muito bem marcadas. Assim ou o zagueiro tenta um passe longo e acaba por muitas vezes errado, ou um passe curto pressionado que vira um contra-ataque palmeirense, algo que vemos muitas vezes nesse campeonato paulista, e até mesmo no Mundial, pois foi assim que o lance do primeiro gol contra o Al Ahly na semifinal surgiu.

Outra mudança realizada por Abel Ferreira em 2022 foi em relação ao posicionamento de Dudu. Quando retornou do futebol árabe no meio de 2021, Abel utilizava Dudu mais centralizado, ou como um segundo atacante. Já em 2022, o baixinho vem jogando muito aberto pelos lados (com exceção do jogo do Chelsea), como foi nos anos anteriores dele de Palmeiras de 2015 a 2020, porém hoje com um time muito mais bem organizado e com ideias claras no aspecto ofensivo. Dudu aberto, gera amplitude e dá opções ao Palmeiras de deixar o atacante jogar no mano a mano contra o lateral adversário, ou então de algum outro jogador do Palmeiras atacar o espaço entre o zagueiro e lateral. Não a toa que Dudu está jogando em um de seus melhores níveis com a camisa do Palmeiras.

Estamos apenas no final de março e Abel Ferreira vem proporcionando aos torcedores palmeirenses um futebol de altíssimo nível, fruto de cerca de um ano e meio de muito trabalho. Sabemos que daqui em diante o calendário vai ficar muito apertado, e pode ser que o nível da equipe caia por questões físicas, mas se alguém ainda duvidava da capacidade do técnico português de Penafiel, o Palmeiras desse início de 2022 acaba com todas elas.

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