Por Eduardo Luiz
26/12/2019, 00h01

Vindo de um ano vitorioso, com outra conquista nacional, o Verdão iniciou 2019 num bom ritmo, embora tenha sido eliminado do Paulista em casa pelo São Paulo. Nas outras competições o time então comandado por Felipão foi bem – teve a melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, e até a parada da Copa América foi líder disparado e incontestável do Brasileirão. Mas depois da competição de seleções da Conmebol a coisa desandou. Num curto intervalo de tempo o Palmeiras foi eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores, e no Brasileiro a equipe foi definhando a ponto causar as demissões de dois técnicos.

Relembre abaixo, mês a mês, os principais acontecimentos da temporada.

O Verdão estreou na temporada com um empate diante do Red Bull, fora de casa, mas na sequência o time engrenou uma sequência de 3 vitórias seguidas, contra Botafogo, São Caetano e Oeste.

Logo no primeiro jogo do mês o Palmeiras conheceu a primeira derrota do ano, e a exemplo de temporadas anteriores, foi para o maior rival. Para piorar, novamente em casa. A reação, no entanto, foi rápida: na sequência vieram 2 vitórias (Bragantino e Ituano) e dois empates (Ferroviária e Santos).

Em março o Verdão estreou na Libertadores com uma vitória fora de casa sobre o Junior Barranquilla. Ainda durante o mês o time então comandado por Luiz Felipe Scolari disputaria outra partida pela competição continental, com mais uma vitória, desta vez em casa sobre o Melgar.

Nas outras partidas de março, todas pelo estadual, o Palmeiras venceu o São Paulo por 1 a 0 com gol de Carlos Eduardo – o único do atacante na temporada, e também disputou 3 dos 4 jogos do mata-mata do Paulista, dois contra o Novorizontino (empate e vitória) e um contra o São Paulo, no Morumbi (empate).

As primeiras frustrações de 2019 aconteceram em abril. Logo no primeiro jogo do mês, derrota fora de casa para o San Lorenzo pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. No jogo seguinte, empate em casa com o São Paulo pela semifinal do estadual. Nos pênaltis, o adversário avançou à decisão.

Abril só não foi pior porque nas últimas três partidas o Verdão venceu duas vezes pela Libertadores (Junior Barranquilla e Melgar), e estreou no Brasileirão com goleada sobre o Fortaleza.

Com a proximidade da estreia da Copa América, maio foi um mês de maratona para o Palmeiras. Foram 8 jogos em 29 dias: 1 pela Libertadores – vitória sobre o San Lorenzo que valeu à equipe a melhor campanha geral da fase de grupos, 5 pelo Brasileiro – 4 vitórias (incluindo a goleada no Santos) e 1 empate (com CSA), e 2 pela Copa do Brasil – duas vitórias sobre o Sampaio Corrêa, que renderam classificação às quartas de final.

Nos únicos 3 jogos de junho, todos pelo Brasileirão, o Palmeiras confirmou a boa fase e conquistou 3 vitórias, sendo uma delas em casa sobre o Athletico-PR, com gol de pênalti de Raphael Veiga. O Verdão encerrava o primeiro semestre como líder isolado e disparado do nacional (8 vitórias e 1 empate em 9 rodadas), e dono da melhor campanha da Libertadores.



Depois da Copa América, o primeiro compromisso do Palmeiras foi um amistoso contra o Guarani em Campinas. Após sair na frente o time de Felipão permitiu a virada, resultado encarado como um “acidente”. Mas a torcida mal sabia o que estava por vir…

Nos 7 jogos oficiais do mês, o Palmeiras só venceu 2, um deles pela Copa do Brasil (em casa contra o Internacional), e outro pela Libertadores (também em casa, contra o Godoy Cruz, garantindo classificação às quartas de final). No intervalo dessas vitórias o Verdão acabou sendo eliminado da Copa do Brasil, conheceu a primeira derrota no Brasileirão – para o Ceará – e perdeu a liderança para o Santos.

A má fase se acentuou em agosto. Nos primeiros 3 jogos foram 3 empates, todos pelo Brasileiro (Sistema, Bahia e Grêmio). Restavam 2 jogos, ambos pelas quartas de final Libertadores contra o Grêmio. No primeiro, um sopro de esperança de que a equipe se reencontraria: vitória em Porto Alegre com um golaço de Gustavo Scarpa. No segundo jogo, porém, tudo desandou de vez: Luiz Adriano fez 1 a 0, mas uma pane de 5 minutos ainda no primeiro tempo custou a virada e a eliminação em pleno Pacaembu lotado.

Fora da Libertadores e da Copa do Brasil, o Palmeiras entrou em setembro tendo apenas o Brasileirão para disputar. Logo no primeiro compromisso, no entanto, uma surra para o Flamengo no Maracanã causou a demissão de Felipão.

A diretoria agiu rápido e em 2 dias anunciou a contratação de Mano Menezes, que estreou fazendo o que o time de Scolari não conseguiu fazer em mais de 1 ano: virar uma partida (contra o Goiás). Nos outros 5 jogos do mês foram 4 vitórias e 1 empate, com o Internacional, confronto que ficou marcado pela polêmica anulação do gol da vitória pelo VAR.

O Verdão iniciou o mês a 3 pontos da liderança, ou seja, vivo na briga pelo título Brasileiro. Nos primeiros desafios, porém, mais frustração: empate em casa com o Atlético-MG e derrota para o Santos na Vila Belmiro, resultados que fizeram o time perder a vice-liderança e possibilitaram ao primeiro colocado abrir 8 pontos de vantagem.

Nos últimos 5 jogos de outubro o Palmeiras venceu 4 e empatou 1. A última vitória foi sobre o São Paulo, um incontestável 3 a 0 no Allianz Parque, mas a essa altura o líder, dono de um bom time, mas favorecido por inversões de mando e por erros de arbitragem, já havia embalado e estava a 10 pontos de diferença.

No penúltimo mês do ano o Palmeiras já se conformava em disputar apenas o vice-campeonato brasileiro, embora as vitórias sobre Ceará e Vasco tivessem mantido a esperança por um milagre, já que restava o confronto direto contra o líder, que ainda se envolveria na reta final da Libertadores, mas os empates seguidos com Sistema e Bahia acabaram com qualquer sonho.

Já desacreditado, nos últimos 2 jogos do mês o Verdão perdeu duas vezes, uma em casa para o Grêmio, e outra fora para o Fluminense, que lutava contra o rebaixamento. Mesmo diante de tanto resultado ruim, Mano Menezes foi mantido no cargo.

O primeiro jogo do mês reservava o esperado duelo contra o Flamengo, que já havia conquistado o título por antecipação. E o time de Mano Menezes nem pelo orgulho jogou. A derrota por 3 a 1 em pleno Allianz Parque enfim custou o emprego do técnico.

Nas últimas duas partidas da temporada, sob o comando do auxiliar fixo Andrey Lopes, o Palmeiras ainda brigou pelo vice-campeonato, mas não conseguiu mesmo vencendo Goiás e Cruzeiro, que acabou rebaixado.

Se o time profissional não correspondeu em 2019, os garotos da base proporcionaram ao clube o ano mais vitorioso da História: foram 34 títulos, 11 a mais que a temporada passada.

Dentre tantas taças, destaque para o Paulista Sub-15, a Copa do Brasil, a Supercopa do Brasil e o Mundial Sub-17, além do tricampeonato Paulista Sub-20 e da Copa do Brasil na mesma categoria.

O principal legado de mais uma temporada de sucesso da base, porém, foi a afirmação de vários talentos, como o goleiro Magrão, o lateral Lucas Esteves, os volantes Gabriel Menino e Patrick de Paula, e os atacantes Gabriel Silva e Gabriel Veron. A promessa da diretoria é que vários desses garotos terão oportunidade no time profissional em 2020.

Campeão Brasileiro em 2018, o Palmeiras manteve as principais peças do elenco – Dudu e Bruno Henrique renovaram seus contratos após recusarem propostas milionárias da China – e trouxe alguns dos jogadores que se destacaram na temporada passada por outras equipes, casos de Matheus Fernandes (Botafogo), Zé Rafael (Bahia) e Arthur Cabral (Ceará).

Ao mesmo tempo em que contratou apostas, a diretoria também investiu em dois nomes que já chegaram sob grande desconfiança da torcida: Felipe Pires e Carlos Eduardo, sendo este último o segundo reforço mais caro da história do clube (R$ 23 milhões). A “cereja do bolo”, porém, foi Ricardo Goulart, que veio do futebol chinês com status de craque.

Ao longo da temporada, novos jogadores foram contratados: Ramires, Vitor Hugo, Luiz Adriano e Henrique Dourado. No final das contas, de todos reforços de 2019 apenas 3 vingaram: Vitor Hugo, Zé Rafael e Luiz Adriano.

Reforço mais badalado não apenas do Palmeiras como também do futebol brasileiro até então, Ricardo Goulart teve uma passagem relâmpago pelo Verdão. Ele chegou ao clube precisando concluir o tratamento de uma lesão no joelho, estreou na 7ª rodada do Paulista, mas deixou o clube 3 meses e meio depois, quando se recuperava de uma nova lesão no mesmo joelho. O clube chinês detentor de seus direitos econômicos lhe ofereceu um novo contrato de 5 anos com um substancial reajuste salarial, e ainda ressarciu todo valor que o Palmeiras havia investido na sua contratação.

Além de Goulart, outros jogadores que deixaram o Palmeiras em 2019 foram Artur, Allione, Thiago Martins, Moisés e Luan Cândido (sendo os últimos 3 em definitivo). Cedido pelo Hoffenheim-ALE, Felipe Pires não agradou e teve o fim do empréstimo antecipado.

Fora de campo, as principais saídas foram dos técnicos Luiz Felipe Scolari e Mano Menezes, além do diretor de futebol Alexandre Mattos, que estava no clube desde 2015.

Logo no primeiro dia de 2019 o Palmeiras ativou a parceria com a Puma, nova fornecedora de material esportivo. Foi a empresa alemã, aliás, que viabilizou em abril a visita do astro Usain Bolt à Academia de Futebol; o ex-velocista jamaicano vestiu a camisa do Verdão, tietou Felipão e interagiu com o elenco.

Além da parceria com a Puma e da visita de Bolt, outro acontecimento importante extracampo do Palmeiras em 2019 foi a renovação do contrato de patrocínio com a Crefisa/FAM até dezembro de 2021.

No âmbito político o clube voltou a viver momentos conturbados com a reeleição de Seraphim Del Grande para presidir o Conselho Deliberativo, a não divulgação dos balancetes mensais, e a suspensão de Genaro Marino e a renúncia de Paulo Nobre em função do caso BlackStar, de dezembro de 2018.

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Todas fotos que ilustraram essa matéria são de autoria de Cesar Greco/Ag.Palmeiras