Por Catedral de Luz
19/10/2022

(Foto: Reprodução)

Falemos da história palestrina?

Viajemos pelos mais de 100 anos e analisemos os nomes dos maiores jogadores que vestiram o nosso manto sagrado.

A imprensa criou tal pleito para cada clube e no âmbito alviverde a Mídia Palestrina herdou o hábito de eleger seus craques.

Sejam baseadas em estatísticas ou não, as eleições partem do ponto de vista pessoal, de cada convidado a votar.

Assim sendo, fica difícil uma unanimidade quando lidamos com a linha do tempo. Estamos sempre a mercê do que presenciamos e aqueles que um dia foram os melhores podem não ser mais.

Analisemos três eleições distintas e escolhidas aleatoriamente:

1) Revista Placar (1): Publicada pela Editora Abril (#647, 1982);
2) Revista Palmeiras (2): Publicada pela Editora Escala (#7, 1995);
3) Jornal Lance (3): Publicado pela Areté Editorial (100 Anos, 2014).

Afora os jogadores citados amiúde (logo abaixo), todos os outros se ausentaram, aqui ou acolá.

Fica aqui a pergunta que não quer calar: O que faria deles membros constantes?

Chega a impressionar a unanimidade atribuída a Djalma Santos, votado nas três eleições. Afinal, jogou 497 partidas, de 1959 – 29 anos – a 1968 – 38 anos –. Balançou a rede adversária por 10 vêzes. Conquistou 6 importantes campeonatos. A saber: Estadual (1959, 1963 e 1966), Rio-SP (1965), Taça Brasil (1960), e Roberto Gomes Pedrosa (1967) (4).

Luís Pereira, Dudu (o volante) e Ademir foram outros nomes que marcaram presença nas três listas:

Luís Pereira (577 jogos, 1a passagem, de 1968 – 18 anos – a 1975 – 25 anos -; 2a passagem, de 1981 – 31 anos – a 1984 – 34 anos –; 3a passagem, 1990 – 40 anos. Anotou 36 gols. Conquistou 5 importantes campeonatos. A saber: Roberto Gomes Pedrosa (1969), Estadual (1972 e 1974) e Nacional (1972 e 1973))(5);

Dudu (617 jogos, de 1964 – 24 anos – a 1976 – 36 anos –. Balançou a rede adversária por 29 vêzes. Conquistou 9 importantes campeonatos. A saber: Rio-SP (1965), Estadual (1966, 1972 e 1974), Roberto Gomes Pedrosa (1967 e 1969), Taça Brasil (1967) e Nacional (1972 e 1973)) (6);

Ademir (904 jogos, 1a passagem, de 1962 – 20 anos – a 1977 – 35 anos –; 2a passagem, 1984 – 42 anos –. Anotou 155 gols. Conquistou 11 importantes campeonatos. A saber: Estadual (1963, 1966, 1972, 1974 e 1976), Rio-SP (1965), Roberto Gomes Pedrosa (1967 e 1969), Taça Brasil (1967), e Nacional (1972 e 1973)) (7).

Números de jogos, longevidade, gols anotados, títulos conquistados, empatia com os torcedores, boca a boca (de pai para filho)… Enfim, tudo ao mesmo tempo. Chega a ser inexplicável, mas também sinaliza a toda a coletividade uma mensagem, onde “ninguém deixa de ser insubstituível, por mais que ilumine a sua carreira com feitos”.

Infelizmente, ídolos – a maioria deles – tem prazo de validade. Ontem foi Edmundo, Evair, Roberto Carlos… Mas os próximos podem perfeitamente ser Veiga, Dudu e Scarpa.

Futebol é momento?

Não é assim que funciona a cabeça do torcedor reducionista?

(1) Os seguintes atletas foram eleitos como os melhores de todos os tempos: Oberdan, Djalma Santos, Luís Pereira, Waldemar Fiume e Geraldo Scotto; Dudu, Ademir e Jair Rosa Pinto; Júlio Botelho, Mazzola e Rodrigues.

(2) Os seguintes atletas foram eleitos como os melhores de todos os tempos: Leão, Djalma Santos, Luís Pereira, Antônio Carlos e Roberto Carlos; Dudu, Leiva e Ademir; Edmundo, Evair e Zinho.

(3) Os seguintes atletas foram eleitos como os melhores de todos os tempos: Marcos, Djalma Santos, Luís Pereira, Cléber e Roberto Carlos; Dudu, Sampaio, Ademir e Alex; Edmundo e Evair.

(4), (5), (6) e (7) Fonte: Verdazzo! (Forte abraço ao amigo de sempre, Conrado Cacace)

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.