Por Catedral de Luz
04/01/2021

(Foto: Reprodução YouTube)

Escritor, filósofo e poeta estadunidense do “Século XVIII”, “Emerson” definiu a sorte de forma tangível: “Homens fracos acreditam em sorte. Homens fortes acreditam em causa e efeito”.

Porém, o que faz os homens do “Século XXI” depositarem no imponderável o destino de inúmeras batalhas?

A frase “Eu não creio em bruxas, mas que elas existem, existem”, natural da língua castelhana, talvez explique esse dualismo de crenças.

Enfim, embora o homem deposite nas boas práticas a certeza do caminho adequado, sempre arderá dentro de si o fogo do inferno, aqui encarado como a dúvida.

Foi assim na quarta-feira próxima passada. Qual foi a minha surpresa ao me deparar com o time esmeraldino rompendo as quatro linhas e fazendo uso, entre outras indumentárias, dos místicos pares de meias brancas. Suspirei supersticioso e balbuciei um devoto “Graças a Deus”.

Explicar de que forma? Apenas aceitar. Entender que o palmeirense que me tornei é pura e simplesmente reflexo do torcedor apaixonado. A ciência pode perfeitamente explicar a vida, mas o amor é assunto da esfera de “Valhala” e seus deuses.

Chega a ser interessante essa mística das meias brancas. Inúmeras oportunidades foram dadas para utilizá-las e somente em “1993” tornadas armas de combate, conforme afirmou a este colunista, o “Historiador Palmeirense”, “Mestre José Ezequiel Filho”.

Material e espiritual amalgamaram-se em um só propósito. Como diria “Robério”, guia espiritual de “Luxemburgo” à época, “… usamos as meias brancas para trazer paz e tranquilidade ao time”.

Diz o ditado que “O hábito não faz o monge”, mas aqui, em terras alviverdes, a história tem outro sentido e as meias brancas passaram a ser escaladas para qualquer final que o time de “Luxemburgo” disputasse – e foram várias, todas vencidas –.

Supersticiosa, a galera passou a incorporar apetrechos esportivos como relíquias sagradas e as meias brancas dificilmente deixaram de visitar nossas finais. Visite os pôsteres de nossas conquistas e comprove.

O futebol é maravilhoso por isso, onde o domínio está a mercê dos deuses, semideuses e assemelhados. O único lugar onde o sincretismo de crendices viola a fé individual.

E por falar em fé, na terça-feira vamos de meias verdes, provavelmente. Porém, não temam, alviverdes. Como diria “Mestre Jota”, “muito mais importante do que as meias brancas é quem as calcem”.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.