Por Catedral de Luz
31/03/2021

(Ilustração: Reprodução)

O filme “Laranja Mecânica (1971)” nos ensina sobre um mundo distópico, onde a escolha é um fator decisivo na vida de qualquer pessoa. Inclusive, uma das principais mensagens deixadas por “Kubrick” nessa obra é “Quando o homem perde a capacidade de fazer escolhas, deixa de ser homem”.

Escolher é um verbo extremamente delicado. Não devemos utilizá-lo de forma instintiva ou passional. Principalmente no futebol, nicho que envolve o momento, a cada atitude tomada.

A troca de Mattos por “Anderson Barros” foi uma mudança levada à frente pela presidência alviverde, mas que não atingiu somente o cargo executivo – sai um CEO e entra um Diretor –. A autonomia do primeiro deixara de ser prioridade e um comitê gestor passara a auditar os negócios praticados pelo segundo.

Com mãos de ferro, o comitê gestor sinalizara uma nova era de conduzir os rumos alviverdes e deixara claro que “a farra do boi – um termo implacável, até –” pertencia a tempos de profunda liberalidade e confiança, mas que já apresentava sinais de “véspera de muito e dia de pouco”.

Todavia, no início, a torcida não poupou “A” e “B”. “A (CEO)” pelo excesso e “B (Diretor)” pela escassez. Não demorou para detectarmos pedidos pela surpreendente volta de “Mattos”. Era a bipolaridade alviverde assumindo o controle.

Incrível como a troca de papéis muda constantemente. Aqueles a quem agraciamos com honras serão os mesmos que crucificaremos.

Sendo assim, pouco importa ser “Jesus” ou “Barrabás”. Interessa, sim, alguém recebendo a corte, enquanto o outro, o fracasso, é expulso da história do clube. Tudo com a qualidade do “ouvi dizer” da coletividade.

Inconsistência, pecado, injustiça a quem labuta e não conta com a ajuda das páginas dos noticiários? Aposte no sim.

Nem tudo pode vir à tona, com a possibilidade do negócio ser prejudicado. Porém, grande parcela da torcida não está interessada.

Enfim, a escolha sempre recairá por “Barrabás”.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.