Por Catedral de Luz
05/03/2021

(Foto: Gety Images)

Esta é a pergunta que clama por resposta, diria você torcedor palestrino, mas ela vai além do simples esclarecimento.

“Abel Ferreira” deveria ser e ponto. Eu procuro pensar assim, porque entendo que o valor de “X” será irrelevante.

Intuítivismo, talvez. Sensibilidade à flor da pele quando o homem conclui que o lugar-comum deve ser deixado de lado e o “testa de ferro” deixou de ocupar espaço no processo.

Assim sendo, “Abel Ferreira” foi descoberto, aceitou e surpreendeu, porque provou que o mundo pede por mudanças constantes.

“Abel” é o português mais italiano que poderia pisar no “Allianz Parque”. Irascível, incontrolável, à beira da insanidade, mas apaixonado pelo que faz e desafiante dos obstáculos à sua frente. Tudo aquilo que o torcedor alviverde sempre sonhou ao comando do time.

Todavia, embora o temperamento a ser administrado com rigor, “Abel” é um genuíno agregador. Capaz de transformar ambientes “cada um por si” em “somos um só”. Coisa de quem torce pelo time que dirige.

Aquela troca de fluidos entre ele e a torcida, a pandemia ainda não permitiu, fato que em “Portugal” e na “Grécia” ele conseguiu. Comandar a torcida uniformizada em coreografia – você encontra no YouTube – ainda acontecerá e certamente será apoteótico. Afinal, “Abel” é um artífice de emoções, algo que explica porque “mais do mesmo” não nos interessava.

Enfim, “Abel” comandará a “S.E.P.” em mais uma final. Bem sabemos, o foco estará no sangue de cada atleta, fruto do aprendizado intensivo, desde “novembro/2020”.

Não posso – e não devo – garantir a vitória a vocês, mas afirmo categoricamente que o Palmeiras lutará pelo domínio de cada metro quadrado dentro das quatro linhas, pois tudo passa pelo viés do suor e das lágrimas, combinadas com a dor e a alegria de gritar “nós nos escolhemos!”

E todo amor merece um final feliz. Não é mesmo?

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.