Por Catedral de Luz
19/10/2020

(Foto: Reprodução)

Contraímos dívidas ao longo da temporada por intermédio das escolhas feitas com a estratégia adotada. Economizamos com aquilo que o bom senso chamou de essencial e nos iludimos com as circunstâncias que o destino construiu à nossa frente.

Desenhamos um perfil de comando técnico e delegamos ao CEO a busca de um nome próprio. Caprichos não permitiram que o primeiro da lista fosse contratado e assim chegamos ao segundo que representava a história coberta de títulos, mas um conceito de futebol estático e previsível, com uma filosofia que primava pela habilidade contida na matéria-prima de um país inúmeras vezes vitorioso, porém envelhecido na tática adotada.

Aparentemente recheado de valores técnicos, o elenco se viu em profunda crise de identidade. Ser um time ativo ou quiçá reativo? Entre a cruz e a espada os jogadores mantiveram-se e a falta de inteligência tática ficou evidente.

A responsabilidade recaiu às costas de cada compartimento. Seja ele Presidente, CEO, Técnico ou Jogador. Sobrou até para a Patrocinadora que nunca explicou convincentemente o imbróglio entre ela e o clube.

Assumir com transparência as nossas escolhas seria uma saída interessante. Traria a torcida junto ao time e a maioria aceitaria o caminho, mas o homem nunca faz o óbvio, pois aquilo que chamamos de senso comum contraria as “mentes brilhantes’ do clube de todos nós palestrinos.

Agora o cobertor encurtou, o frio aumentou e os corpos deliraram a dor de noites pessimamente mal dormidas. Fruto do miserável planejamento que começou a gangrenar quatro anos antes, por volta de “2017”.

E agora, Presidente? Como conjurar pendências esportivas e particulares ao mesmo tempo? Homem e personagem envolvidos em adversidades aparentemente insolúveis.

Como cobrar ajuda de cada alviverde quando o valor político está a porta de cada interessado? É assim que descobrimos quanto o individual importa mais que o coletivo.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.