Por Leonardo Laruccia
04/03/2021

(Foto: Fernando Roberto/Estadão)

— Bom dia, Josías! Tô de volta!

— Bom dia, Marcos, faz tempo, heim? Umas duas semanas que não vem tomar um café?

— Acho que faz mais, heim? Mas, tudo bem, a vida tá um pouco corrida e agora com essa paralisação novamente pelo avanço da Covid vai ficar um pouco mais difícil de vir, né? — respondeu Marcos

— Ah, nem me fale… O patrão já tá careca sem saber o que vai fazer se ficar realmente fechado por esse tempo. Por mais que a gente tenha permissão de ficar aberto por ser padaria, todo o entorno que é quem consome aqui vai sumir — sustentou Josías

— É, como já diz o velho ditado: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Mas, o país passa por uma situação muito grave mesmo. É tentar poupar o máximo de vidas. Infelizmente quem manda tá mais preocupado em tirar fotos com a vacina no aeroporto do que realmente viabilizar uma recuperação sanitária e econômica, Josías.

— Pois é. Mas, vamos falar de clássico. O que achou do jogo de ontem?

— Clássico? Que clássico? — perguntou Marcos

— Ué, Palmeiras e Corinthians, 2×2.

— Aaaaah tá, verdade. O jogo treino de ontem. Nosso sub-19 mandou ver, né? Na técnica os caras foram engolidos. Mas, aí, surgiu o principal jogador deles que fez a nossa superioridade nesse quesito ser ineficiente — afirmou o palmeirense

— Quem? O Mateus Vital? — indagou

— Não, Josías, a chuva. Se não fosse ela, seria uns 4×0, fora o baile. Acho que o Fábio Santos ia ter outro chilique igual ao que tá passando na TV por esses dias.

— Verdade, Marcos, ia ficar muito feio pra eles. Será que a torcida rival mudou o santo na reza?

— Como assim, Josias? — perguntou Marcos

— Ué, eles foram salvos por São Pedro e não por São Jorge.

— Hahaha, verdade! Então, pra aproveitar o enredo, me vê esse bolinho de chuva e um cafezinho.

— Tá na mão, Marcos!

— Obrigado e bom dia, Josías! Abraço!

Leonardo Laruccia, palmeirense da década de 90, publicitário, sócio da WL Agência Digital e escritor nos intervalos.