Por Leandro Santile
24/07/2020

(Foto: Cesar Greco/Ag.Palmeiras)

Amigos Palestrinos, boa tarde.

O futebol voltou. Podemos mesmo afirmar? Nos últimos dias podemos acompanhar o retorno mais próximo do esporte que tanto nos encanta, inclusive com a volta, ou não, do nosso amado Verdão.

Enquanto acompanhamos os jogos “sonsos” sem aquela empolgação de ver o torcedor gritando, se agitando, fazendo o espetáculo (Ah! Quanta saudade da nossa torcida), vamos passando o tempo com o que temos mesmo.

E nada mais difícil que falar de futebol quando ele não é o mesmo, portanto, nessa coluna quero esquecer qualquer ganho ou perda técnica. Quero deixar de lado toda e qualquer conduta humana desse esporte e perguntar: Porque não se fala da dívida do Palmeiras, quando um fator apenas pode explicar o que venho falando desde que iniciei minha coluna aqui no PTD?

Quem acompanha meus textos sabe que defendo o endividamento coerente, que sou a favor da redução da dívida de forma gradual, com planejamento, para que não tenhamos problemas no futuro e que também não vejo com nenhuma restrição o endividamento de nosso clube, afinal enquanto uma empresa comum acumula ativos de curto prazo para que possa no giro do estoque “ganhar dinheiro” um clube de futebol necessita de ativos de longo prazo (jogadores) para poder manter sua atividade com excelência e, ao final, recuperar o valor investido, liquidando seus débitos.

Sempre defendi que a dívida com a patrocinadora deveria ser reduzida, mas que ela está “sob controle”, afinal temos em nosso “estoque” os jogadores que ela ajudou a adquirir, claro que temos alguns jogadores que irão gerar prejuízo, mas outros irão compensar e essa média que nos interessa nesse instante.

Eis que nesse momento ocorre o empréstimo de um de nossos principais jogadores, mais uma vez, vou deixar a parte técnica de lado, estou apenas analisando o âmbito financeiro nesse post.

Vejamos então: Empréstimo de um ano rendendo ao clube R$ 42 milhões, podendo ser negociado ao final e gerar mais R$ 36 milhões de caixa por 80% do jogador, além da economia salarial de R$ 24 milhões nesse período. Desta forma totalizamos com apenas um dos nos ativos R$ 102 milhões, sem contar com os 20% que ainda poderíamos lucrar em negociações futuras.

Nossa dívida com a patrocinadora, divulgada no balanço de 2019 é de R$ 172 milhões, ou seja, com apenas uma negociação poderíamos reduzir a dívida em 59%. Claro que o clube deve verificar se é interessante liquidar a mesma, ou usar esse recurso para outras prioridades, porém fica claro que essa não é nossa maior preocupação nesse instante.

Chega a ser desgastante quando ouvimos “especialistas” dizerem apenas do crescimento da dívida e não da contrapartida que a mesma gera, mas o que mais nos cansa, é que quando se pode demonstrar ao torcedor a realidade da negociação, como é o funcionamento dessa dívida, todos se calam.

É obvio que defendo a criação de um fundo para redução dessa dívida de forma gradual, porém essa é a opinião de quem está fora do contexto e só quem está presente no dia a dia é que pode analisar a melhor opção.

Não sou eu quem vai aprovar ou reprovar uma administração, não faço parte da mesma e não sei as situações encontradas diariamente para as tomadas de decisões e, nem é esse o intuito dessa coluna, quero apenas que o leitor que me acompanha entenda, filtre e faça sua avaliação sobre o processo, deixando de lado aqueles que só se importam em tumultuar.

Espero que com esse texto todos compreendam que se o investimento for bem feito, com contratações que gerem caixa no futuro, o negócio é excelente para todos, Palmeiras, Patrocinadora, Torcedores e o futebol em geral, pois mais uma vez nosso amado clube mostra que somos honestos em nossa atividade e honramos nossa história.

Avanti Palestra.