Por Roberto Galluzzi Jr.
10/03/2023

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Aí a gente lê na imprensa que existe um tal de Dinizismo (Fernando Diniz) e sei lá, Abelismo… cara, quando é que teremos algo minimamente mais maduro pra formar nossa opinião?

Fernando Diniz é um técnico que privilegia o futebol bonito, pra frente, com destaques individuais. Isso é o DELEITE da mídia, pois apresenta um produto agradável, vendável e atraente. Até aí, ótimo. Considerações esportivas a parte, quem não gosta de um futebol bem jogado? Vende bem mais…

Acontece que o futebol é muito mais do que um produto (vamos enfatizar isso várias vezes) e sua dinâmica “esportiva”, como citado acima, demanda uma forma de jogar que PARA FAZER O TIME CAMPEÃO, muitas vezes tem que deixar o futebol “bonito” de lado e adotar o futebol “pragmático”. Foi isso que o Palmeiras teve que fazer, anos atrás.

Quando o Abel chegou, mal conseguíamos tocar a bola no meio campo. O que ele fez? Ao invés de dar murro em ponta de faca, ele adaptou o time pra jogar em cima do que fazia, com poucos, mas fatais toques no ataque. É bonito? Não sei, mas GANHA CAMPEONATO e é ISSO que o torcedor raiz quer. Pra não ir longe, foi assim (com uma defesa forte e ataque econômico) que o Tite se projetou lá da ZL…

Resumindo: em todo ISMO há mais idiotismo do que bom senso. O “produto” futebol bonito que o Fernando Diniz TENTA praticar é muito bacana. Mas depende de condições BEM específicas para conquistar campeonatos (partidas, é outro assunto). Mas ele, Diniz, sabe que muitas vezes para a própria diretoria dos times, tão ou mais importante do que ganhar campeonatos (almejados pela torcida) é ganhar algumas partidas e valorizar seus ativos. Mas o TORCEDOR (pagante de todo o circo) quer campeonatos e para isso, não é questão de ser Abel ou Diniz, mas ser pragmático.

Nascido nos 70 e forjado nos difíceis anos 80, o Galluzzi enfrentou a fila inteira de 16 anos. Mas estava lá, em 12/06/93, in loco e muito loco pra assistir ao vivo o primeiro de muitos títulos, aos 21 anos! Talvez por isso, pra esse geração X raiz, roqueiro e paulistano da gema, não é qualquer derrota que abala a fé.

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