Por Catedral de Luz
17/07/2023

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Domingo terminou com o retorno inflamado do técnico alviverde aos olhos e ouvidos exigentes de sua coletividade. Uma das melhores entrevistas coletivas dadas por Abel Ferreira à testa da SEP, indiscutivelmente.

Depois de alguns jogos onde o silêncio se fez necessário, o “Gajo” voltou a falar e não poupou eloquência. Críticas e elogios na dosagem correta a quem possa interessar, assim como cutucadas na medida exata a todos aqueles que preferem vislumbrar a SEP no papel de enterrada viva nas próprias cinzas.

Salta aos olhos a coragem de AF ao enfatizar que não é perfeito, erra, mas não exita em tomar decisões e isto o diferencia dos demais técnicos concorrentes.

Sabedor de suas responsabilidades destacou a importância de cada um no processo de trabalho, embora alguns palestrinos prossigam no imbróglio de que “o mito da terra arrasada” é a única certeza que os mesmos observam.

Verdade, AF. Futebol é um esporte competitivo onde o torcedor romântico ignora a impossibilidade da conquista contínua. Vários fatores são colocados à mesa, tais como lidarmos com profissionais humanos e passíveis de tomadas de atitude equivocadas.

Entretanto, o torcedor analítico, aquele que regurgita profunda sabedoria por intermédio das redes sociais – a pior espécie de demagogos – considera tudo fácil de ser executado. Prejulga o outro, do suposto estelionatário ao desidioso contumaz e só dá as caras quando o insucesso acontece – afinal, as ratazanas marcam ponto apenas quando o escárnio faz seu raciocínio enxergar a luz do sol.

Assim como o Técnico alviverde – extremamente admirado, com indubitável justiça – não advogo a causa alheia. Ao contrário, eu procuro o entendimento dos fatos. Talvez, quando o ato reflexivo prevalecer, a crítica dos “todos poderosos” tenha algum sentido.

Erros existem e não darei de ombros para eles, mas sempre foram acompanhados de atitudes corretas e o sinal inequívoco que o saldo é credor está nos títulos alcançados desde 2020 – e não se limitam a acidentes, conforme alguns teimam em batizar.

Na verdade, o torcedor alviverde acostumou-se às conquistas e quando o revés surge não assimila com maturidade e segue adiante. Ignora os anos 80, os “filhos da fila” e outros slogans que a maioria já ouviu alguns testemunharem, mas não sentiram na própria pele.

Pois é AF, eu confio em ti. Enquanto acreditares no trabalho e nos profissionais envolvidos a vitória respirará em solo verde.

Que não nos falta paciência com as bocas malditas.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.