Por Catedral de Luz
22/07/2020

(Foto: Arquivo SEP)

Implacável é o tempo? Sim. Depois de tantas aventuras você começa a sentir fortes dores pelo corpo extenuado por abusos cometidos na juventude. Contudo, tudo é parte do todo.

Porém, abençoada seja esta palavra, há recordações inesquecíveis – umas mais, outras menos -, mas que jamais tiraremos da mochila.

Talvez seja a história do “Derby” realizado no “Paulo Machado de Carvalho”, em uma noite do começo de agosto de 1981.

Depois de trocar algumas poucas mensagens com o jornalista “Paulo Massini”, eu descobri ser ele uma testemunha ocular desse jogo e certamente sentiu o mesmo que este colunista que vos fala.

Foi a noite de um dos mais limitados Palmeiras que pude assistir alcançando uma vitória diante de um rival tecnicamente melhor, mas que deparou-se com uma muralha chamada “Gilmar”.

O goleiro epigrafado pouco é lembrado. Envergou o “manto sagrado” quando a fase palestrina flertava com o absurdo ostracismo. Entretanto, Gilmar foi não menos que brilhante na maioria dos jogos.

Para que vocês tenham a ideia da brincadeira proporcionada pelo destino, Gilmar somou durante aquele jogo mais de “trinta (30) defesas”, sendo metade delas difíceis.

Quem eram os comentaristas dos “videotapes (2)” assistidos por este palmeirense? Falha nossa, a memória conspira contra e eu não me lembro do nome dos jornalistas. Mas a frase de um deles foi eternizada: ” – Estamos assistindo um dos melhores primeiros tempos de um goleiro no Estádio do Pacaembu”.

O time alviverde era “esforçado”, mas era pouco para enfrentar de “igual para igual” o tradicional adversário. Entretanto, os comandados de “Jorge Silva Vieira” eram disciplinados e não se envergonhavam de disputar a bola como se ela fosse um “comercial”.

Quando tudo indicava uma derrota eminente, uma de nossas poucas investidas surtiu o efeito desejado. O outrora jovem “Nenê” vai à linha de fundo e cruza para a batida seca de “Freitas” que conheceu os seus quinze minutos de fama com a camisa alviverde.

Aos dezenove anos constatei que o impossível poderia ser alcançado se o goleiro respondesse pelo nome de “Gilmar”.

Aquela noite, Gilmar representou meio time… ou mais.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.