Por Catedral de Luz, 20/01/2020

A temporada de 2019 terminou ao som das vozes palestrinas clamando por mudanças.

Efetivamente ninguém inspirava confiança. Alguns chamados de traidores e outros, na marca de pênalti, perdulários.

De um elenco farto em possibilidades, a “SEP” passou a ser entendida como um time acomodado.

Silenciosamente, atitudes foram tomadas. Afinal, seja qual for a medida, não gozava de popularidade.

Em meio a suspeitas, Luxemburgo, “o estrategista”, retornou ao seio da família alviverde, depois de inúmeros anos de campanhas carentes em brilho. Explorar o estigma vencedor do ilustre “Pofexor” seria a melhor alternativa desse clube aliado a tantas dúvidas?

Enquanto o clube de todos nós fervia, este amigo de todos vocês lutava pela vida, um dia por vez. E a vida passou a ter um sentido maior que o capricho dos pobres mortais. A vida é curta, ilustres leitores, e precisa ser absorvida com intensidade.

Assim sendo chegamos à Flórida descrentes e parodiando o torneio a ser disputado. Feito o boxeador frente ao bêbado nossa tarefa não desfrutaria sequer dos mais discretos elogios. Bater no bêbado? Ridículo! Apanhar do bêbado? Absurdo!

Faltava-nos a confiança, cicerone dos momentos mais marcantes de nossas vitórias, mas como eu falara linhas acima, “a vida é curta e precisa ser absorvida com intensidade.

Frente ao “Club Atlético Nacional” iniciamos nossa jornada. Ela parecia mais um capítulo do mesmo livro. Afinal, quando “Wesley” caiu na área, a penalidade máxima era algo inquestionável, mas a chance dos “3” pontos veio abaixo, pelos lábios do juiz. Sobrou a disputa por pênaltis e aí, misteriosamente passamos a não jogá-los janela afora. Convertemos “10”, mais do que todas as últimas disputas perdidas em passado próximo.

Ao que parece, algo de bom surgia na linha do horizonte, mesmo que vencer o “New York City” fosse obrigatoriedade. E foi por intermédio de uma rara virada para quem acompanhou os nossos últimos capítulos.

“Dracena”, um improvável condottiero recebeu a taça pela qual fizemos jus. Concomitantemente, o elenco esmeraldino rumava ao aeroporto rumo ao Brasil. Ambos silenciosamente.

Mas e a torcida? Partidária do nada comemorar? Envergonhada? Preocupada com a sátira rival?

Palestrinos, a alegria, sentimento único, deve ser gozada em plenitude. Volto a repetir: “A vida é curta e precisa ser absorvida com intensidade”.

Comemore, claro, mas na justa medida dos fatos e na expectativa de conquistas maiores. Afinal, somos “SEP”.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira poesia perdidas.