Por Catedral de Luz
04/03/2022

(Foto: Conmebol)

Quem errou foi você ao entender que o cargo de assessor de comunicações seria intocável. Por bem menos, pessoas de qualidade superior sucumbiram ao corte da guilhotina política. Vida que segue, jornalista. O mundo é grande, a Crefisa também e o clube de todos os esmeraldinos é roupa inoportuna, que não lhe serve mais.

Mas não é só você que errou na receita, jornalista. Todos aqueles que privilegiaram o encontro das mídias palestrinas, com a firme iniciativa do usufruto próprio, também erraram – e aqui eu falo dos convidados, que como tudo na vida tem seu lado bom e mau simultaneamente.

Afirmar quem errou não guarda-freio, inclusive naquele que insiste periodicamente com a frase de que o português Abel Ferreira não acrescenta ao futebol brasileiro.

Abel Ferreira sinaliza novas alternativas para o esporte escolhido pelo povo, pois não é apenas um técnico, é uma filosofia de trabalho. Ele extrai do elenco ao seu comando tudo aquilo que o grupo pode oferecer, dentro de seus limites máximos.

Camaleônico, Abel nunca joga da mesma maneira. Transforma suas linhas defensivas em algo intransponível ou pressiona as fileiras inimigas com intensidade e constância. As circunstâncias ditarão as regras a serem seguidas.

Enfim, quem errou foi você ao subestimar Abel, os jogadores alviverdes e um trabalho que entre erros e acertos vai superando suas adversidades.

Falta-nos – democraticamente incluirei meu nome neste latifúndio –, na verdade, discernimento para equilibrar entre a crítica e o elogio – porque elogiar não é pecado –.

Quem sabe, após mais um título conquistado, a coletividade alviverde passe a enxergar as virtudes contidas no time, hoje formado por bons jogadores que produzem o melhor porque confiam no melhor.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.