Por Catedral de Luz
22/06/2022

(Fotos: Divulgação)

É costume falar no futebol que a melhor defesa é o ataque. Algo romântico, não é mesmo?

Contudo, quando outra lenda urbana é acessada encontramos o oposto: “Ataque ganha jogo e defesa ganha campeonato”.

Entre prós e contra, o futebol evolui e as ideologias se transformam e permitem-nos afirmar que Abel Ferreira está certo quando diz categoricamente que o objetivo esmeraldino é manter a baliza invicta. Afinal, mais cedo ou mais tarde, consideradas as virtudes palmeirenses, o gol da vitória sairá.

Na verdade, o que funciona é o equilíbrio entre as forças defensivas e ofensivas, embora em nossa prodigiosa história que conta mais de 100 anos, a defesa que ninguém passa, fez, faz e sempre fará a diferença. É parte de nosso DNA.

Aliás, agradeço ao tempo ter permitido que meu olhos assistissem um dos melhores zagueiros da história palestrina. Falo de Luís Pereira.

Entre 1968 e 1984 – descontadas as 6 temporadas disputadas na Espanha envergando a camisa do Club Atlético de Madrid –, Luis Pereira jogou pelo Palmeiras a soma de 576 partidas e anotou 36 gols – o zagueiro que fez o maior número de gols com a camisa alviverde –.

Amigos leitores, quantas alegrias o “Chevrolet – assim, carinhosamente apelidado –” deu à torcida alviverde! Entre eles destaco 2 Estaduais (1972 e 1974) e três Nacionais (1969, 1972 e 1973).

Chevrolet era simplesmente impecável. Mesmo com as pernas arqueadas não perdia na corrida para ninguém. Era o melhor entre os melhores.

Porém, como nos ensina o filósofo Heráclito, “tudo muda constantemente”, e o que hoje é certeza, amanhã pode não ser.

Gustavo Gómez é o presente palestrino e pede passagem aos craques alviverdes de todos os tempos, pois ele quer um lugar entre os melhores. Não é a toa que participou de 188 jogos e fez 23 gols – 3 deles nas últimas 2 partidas –. Alguém acha impossível que o paraguaio alcance Loschiavo – 155 embates e 32 gols –, zagueiro palestrino dos anos 20 e segundo na artilharia defensiva?

Seja na figura do beque polivalente Loschiavo, na pele do fora de série Luis Pereira, ou na fibra alviverde e liderança do paraguaio Gómez, nunca deixaremos de ser uma defesa única, que ninguém passa, porque nossas colunas mestras sempre estarão atentas a tudo e a todos.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.