Por Catedral de Luz
30/12/2020
Pois é, há fatos que a memória teima não esquecer.
Embora os cuidados de sua mãe, a infância deixou marcas e as “lendas urbanas” não eram assuntos folclóricos. Enfim, “fantasmas existem”. Ontem, hoje e em primeiro lugar, sempre.
— Convite, alegria e fantasia. Recreio dos Bandeirantes? Não! O Maracanã é o templo do futebol! É carioca! E no mítico Corcovado quem abrirá os braços serei eu, amigo “Belchior”.
Estamos em outubro. Primavera de 1973. Tarde de sol. Rio que te fala segredos de criança de nove ensandecidos anos.
— Pai, estamos aqui por” Zico”, “Doval”, “Dario” ou pela magia de “Caju”? Graças a Deus somos o “vermelho, preto e branco”.
— Pai, quanto tempo mais para o primeiro gol? Você prometeu!
— Pai, quase meia hora e aquele sujeito arrogante arrematou e balançou as redes do grande “Renato”. Eu fui um bom menino e não mereço sofrer pelas mãos da tristeza.
— Pai, por que a gente martela e o gol não sai? Vai acabar o jogo! Quem é esse “oito” que teima avançar a galope, invadir a área e delirar com o tento implacável. Quem tinha que abrir os braços no Corcovado? Eu! É claro!
— Pai, te agradeço pelo passeio. Pena que aquele “camisa dez” adversário… Quem é ele, mesmo?
— Ele é o “Divino”, filho. Simplesmente “Divino”.
Os fatos acima são verídicos, com algumas licenças poéticas utilizadas nos diálogos.
Entretanto, a “S.E.P.” conquistaria, a despeito da força oponente, mais um título Brasileiro.
Estamos próximos de janeiro e o “Rio” continua lindo, desde “1951”.
Apesar do repertório.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.