Por Eduardo Luiz
14/07/2023

Opinião PTD: Quando a incompetência causa o conformismo
(Foto: Divulgação)

O conformismo é um sentimento pior que a revolta.

Estou conformado, e não revoltado com a eliminação na Copa do Brasil, porque era previsível. Aposto que muitos não estavam confiantes, como eu, mas se auto-enganaram por causa do fator “time do Abel”, mas ele não é mágico. Ficou provado.

Preferia estar revoltado, como fiquei em 2022, do que conformado, como fiquei agora.

O sentimento de conformismo com um resultado ruim ou com uma eliminação não é algo novo no Palmeiras, mas para o Palmeiras de Arnaldo Tirone e de Mustafá Contursi, quando não esperávamos nada e eles entregavam algo ainda pior. Leila Pereira conseguiu a proeza de fazer um dos maiores Palmeiras de todos os tempos se equiparar aos piores.

A falta do maldito volante marcador já tinha feito estrago nos últimos jogos, e contra o São Paulo, o melhor do elenco nessa função – Zé Rafael, que é um meia adaptado de camisa 8, não conseguiu render porque vinha de lesão. Todo mundo sabia que a conta poderia ser cobrada.

Em abril eu mesmo comentei o seguinte neste espaço: “Se a dupla Zé e Menino for mantida, a tendência é o Palmeiras sofrer bastante no restante da temporada. A defesa continuará exposta, e erros como aconteceram na Supercopa e contra o Cerro podem custar uma classificação na Copa do Brasil ou na Libertadores, além de comprometer a campanha no Brasileirão” – o link do texto está aqui.

Se um simples administrador de site, e vários outros torcedores sabiam que a falta de um especialista poderia custar caro, a diretoria não sabia? Covarde, Leila Pereira se omitiu. Apostou tudo na competência de Abel Ferreira, que tem todo direito de viver uma má fase. Ele também é responsável pela eliminação, mas a culpa maior é de Leila Pereira e Anderson Barros.

O Palmeiras foi eliminado apenas pela ausência de um camisa 5? Não! Mas que pesou, pesou, tanto que foi basicamente o principal tema da estapafúrdia entrevista coletiva que Anderson Barros concedeu após a partida, quando praticamente admitiu sua incompetência em encontrar um substituto para Danilo (leia aqui).

Moral da história: as últimas atuações e resultados do Palmeiras “avisaram” o que estava por vir. Jamais poderíamos ter chegado ao momento chave da temporada com o elenco incompleto. Mas chegamos. E sabíamos o que poderia acontecer. A incompetência da diretoria fez o Palmeiras estar a 12 pontos de diferença pro líder do Brasileirão. A incompetência da diretoria fez uma eliminação em casa ser algo previsível.

Único campeonato que ainda estamos vivos, a Libertadores será retomada em 20 dias. Hoje a perspectiva é a pior possível. Na camisa, com algum jogador saindo da má fase, com Abel voltando ao normal, até podemos passar das oitavas de final, mas pensar em título com o elenco incompleto é pura utopia. Já estou conformado.

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