Por Eduardo Luiz
19/04/2021, 10h10

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Na entrevista coletiva virtual que concedeu após o empate com o Botafogo na noite de domingo, o técnico Abel Ferreira não fez questão de esconder sua irritação quando questionado sobre a maratona envolvendo partidas do Campeonato Paulista e da Libertadores – o Palmeiras fez 4 jogos nos últimos 8 dias.

Numa clara indireta à diretoria, o português avisou que não vai mais abordar questões políticas, já que isso cabe a “alguém dentro do clube”.

“Sou sempre eu a dar a cara sobre esse assunto. Não sou eu que decido, não sou eu que organizo. Eu sou treinador, sou responsável por dar o treino. Não vou me pronunciar mais sobre as questões políticas, e sobre as questões políticas tem que haver alguém de dentro do clube que dê a cara porque não vou falar mais sobre essas questões” disse Abel.

O comandante Palmeirense também aproveitou para mandar um recado a setores da torcida que estão descontentes com seu trabalho (muros do Allianz Parque amanheceram pichados de sexta-feira para sábado após a derrota para o São Paulo, e o técnico foi alvo de cobranças).

“Quero deixar um aviso para todos: quando eu for o problema do clube, eu deixo de ser o problema. Da mesma maneira que em um dia decidi vir para cá, quando o treinador for o problema do clube, nós resolvemos. Mas prefiro valorizar todo o apoio que tivemos hoje. Obrigado equipe, obrigado professores. Como eu disse anteriormente, as pessoas tem pouca memória, mas eu gosto de futebol, é disso que eu vivo. Infelizmente, as pessoas valorizam a parte negativa. Não tem problema nenhum, podem pintar o que quiserem, podem me xingar o quanto quiserem. A gente vai lá outro dia e pinta, lava e coloca o verde de novo” comentou.

Sem meias palavras, Abel ainda concluiu: “Só quero que esses sócios que vão escrever o que quiserem se lembrem um pouco do trajeto que esses jogadores fizeram, que esse treinador fez e que essa equipe fez. Nós temos que pensar todos muito bem, presidente, jogadores e treinador que somos todos um. Se só somos todos um quando ganhamos, então temos que repensar o nosso lema. Se pensarmos assim, não estou aqui a fazer nada”.

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