Por Catedral de Luz
10/06/2022

(Foto: Reprodução)

Abaixo reproduzimos mais um texto da coluna “GALOPE PEREGRINO”, publicado em 11/03/2013, com o título “O SONHO ACABOU”.

Embora partidários do preservacionismo de nossa história, à época, com o time mal das pernas, o torcedor alviverde vivia à luz nostálgica de nossas conquistas passadas.

Ao contrário de estimular o elenco alviverde, o contato com as glórias intimidava-os e não permitia que os mesmos escrevessem as próprias histórias.

A alternativa era começar do zero e desconsiderar completamente o nosso passado.

Hoje, o elenco não se preocupa em escrever a própria história. Falar das novas aventuras basta. Acumular novos capítulos nos cabe melhor

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O SONHO ACABOU

A frase foi dita por Lennon, ex-beatle, ainda sob o efeito do final da banda. Seria bom analisá-la e estabelecer um paralelo com a SEP.

Falar a respeito dos Beatles é comentar sobre uma das histórias mais brilhantes da música contemporânea. O que você pensa sobre Rock não pode e não deve deixar de fora “os quatro cavaleiros de Liverpool”.

Contudo as pessoas mudam, amadurecem e passam a efetivar um novo juízo de valor. Aquilo que pensávamos interminável pode não ser. Para que continue é necessário ser repensado. Não podemos viver ontem se o hoje é prioridade.

Incompreendido à época, Lennon dizia “não ser mais um sonhador”. Clamava ao público para enxergá-lo feito um homem falível, mas prodigioso, capaz de continuar na estrada e ainda assim amar quem ele foi.

Não voltaremos a ser a SEP, conquistadora e gloriosa, se continuarmos atrelados ao passado e nos alimentarmos de saudosismo.

Nós precisamos retomar as linhas de nossa epopeia, por intermédio da tinta consistente e intensa, própria dos que distinguem os fortes dos fracos.

O sonho acabou, mas a realidade apenas começou.

O que chamamos de realidade é a arte de se reconstruir a cada dia e não insistir nos erros primários.

Deixe a sua prepotência – ou orgulho vazio? – exilada no inferno de seus pecados e ajude a SEP a não incorrer em um novo martírio.

Diga não ao jogo adversário.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.