Por Catedral de Luz
28/09/2022

(Foto: Reprodução)

Abel Ferreira não foi a primeira escolha. Aconteceu. Sua aparente inexperiência não foi capaz de conjurar as esperanças alviverdes.

Ao contrário, por intermédio de sua indesmentível competência, AF fez a expectativa da coletividade aumentar acentuadamente e a conquista da primeira Libertadores ao seu comando virou fato.

A posteriori e melhor adaptado aos caprichos do calendário continental, AF montou à sua imagem um dos times mais bem ajustados das últimas temporadas. Provavelmente, um dos mais difíceis de serem derrotados.

A prova indiscutível das afirmativas acima está contida no episódio vivido pelo Palmeiras há doze meses, quando mais de 18.000 torcedores assistiram o nascimento de um mito.

BH recebia a SEP e preparara uma festa aos costumes. Ninguém permitiria que o alviverde retornasse à “terra da garoa” estampando brilho nos olhos. Infelizmente – para os mineiros –, AF e comandados não foram avisados.

Emocionalmente equilibrado, o CAM tinha o hábito de submeter seus adversários, a cada jogo disputado. Ao alviverde restara reinventar-se minuto a minuto. Realizar a peleja perfeita.

No primeiro embate, sem o menor pudor privilegiamos o sistema defensivo. Não faltaram críticas ao “Gajo”. AF tinha um plano.

No segundo jogo não foi diferente, embora o nosso contra-ataque desse sinal de vida e atormentasse a linha defensiva adversária.

Nada mudaria o nosso modus operandi. Nem o gol alheio. Esperávamos, na verdade, o erro adversário. Estávamos convictos de que a falha aconteceria – e ela veio como que por encanto –.
O Técnico Alviverde pedia cabeça no lugar, mesmo que suas atitudes não espelhassem exatamente aquilo que propunha. Mas os jogadores entendiam e confiavam nele.

O empate veio – preconizado pelo líder de nossos guerreiros. E aquilo que parecia óbvio virou tarefa difícil de cumprir. O medo do fracasso batera às portas dos mineiros.

O apito final apenas atestou aquilo que o planejamento previu.

AF quis colocar o mundo entre os dentes, mas seus pares aplacaram sua ira.

Assim nasceu a lenda.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.