Por Catedral de Luz
30/11/2020

(Foto: Reprodução)

Imagine que o técnico “Abel Ferreira” é o comandante de uma caravela batizada de “Lusitânia Palestrina”, recém-saída do “Porto de Pireu”, próximo a Atenas, na Grécia. Seu destino é o “Brasil”, “Terra da Garoa”…“S.E.P.”.

Pintou novembro e o quadro previsto atrasou em mais de dez meses. Não sei se eleger um culpado atenue as feridas abertas pelo incidente, mas que elas nos ensinaram a desfazer o erro cometido, isto não nos resta dúvidas.

“Abel” é o nosso presente, vinte e quatro horas diárias. Abraçou nossos problemas com responsabilidade e não deixou que o medo prejudicasse seu raciocínio.

“Abel” é técnico, camarada, leal e trata dos assuntos pertinentes ao clube, de uma forma coletiva, embora os repórteres insistam em perguntar-lhe sobre cada atleta, individualmente.

“Abel” trata titulares e reservas com uniformidade. Cada jogo é uma história e cada história precisa de personagens específicos.

“Abel” tem caráter e por isso aqueles que partiram, mesmo que por circunstâncias anômalas, também mereceram sua misericórdia. Indiscutivelmente, o “Gajo” é diferenciado.

Não estamos acostumados com homens de transparência ímpar, que fale a língua dos jogadores e não prometa o que não pode cumprir.

Enfim, o comandante da “Caravela Lusitânia Palestrina” cativou seus comandados através da sinceridade e sutileza das palavras. Falou a língua dos boleiros, mas com a verve própria dos grandes estrategistas.

“Abel” conseguiu aquilo que os três últimos técnicos alviverdes não lograram sucesso. Ele convenceu o elenco de que suas ideias eram o melhor caminho.

Sabemos bem que quando os jogadores acreditam e compram uma ideia é provável que o objetivo seja realizado. Mesmo que alguns, ou a maioria, não sejam efetivamente craques, a presença dos bons profissionais formam um contingente superior à maioria dos concorrentes.

Assim sendo e a partir de singelas impressões não posso furtar-me da credibilidade de um trabalho que por tanto tempo sonhamos.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.