Por Catedral de Luz
20/11/2020

(Foto: Reprodução)

Houve um tempo na vida onde a frase citada acima foi hino à liberdade em propagandas.

Foi a época da “juventude descolada”, dos dois pés na estrada e da ideologia da não-violência acima de todas as convenções estabelecidas. Algo que o “Movimento Beat” chamou de “Poder das Flores”.
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Tal retrato sinaliza um modelo de sociedade alternativa específica e construída conforme os hábitos e costumes de uma época pautada por rupturas ao custo de vidas.

Versamos sobre os anos “60” e primeira metade dos anos “70”. Eles formaram década e meia de sonhos bem retratados pela marca “US Top”, em “1976”. Quem não se lembra dos jingles ouvidos e assistidos nos intervalos comerciais? Provavelmente muitos palestrinos embalaram a sua juventude por intermédio da lenda urbana “desbota e perde o vinco”. Perdoem-me pela nostalgia.

Aliás, à época conquistamos o “Estadual”, marco para uma seca que só foi varrida do cotidiano palestrino em “1993”.

Resistimos romanticamente à escassez de títulos, porque nossos jogadores respiravam o idílico “amor à camisa” e os técnicos respeitavam a técnica como ápice e exorcizavam os esquemas táticos alimentados à base de preparadores físicos militares.

Todavia, o futebol romântico estava com seus dias contados. Como tudo na vida, o esporte criado pelos ingleses em pelo “Século XIX” evoluiu cientificamente e duzentos anos depois não pode ser analisado pelo viés instintivo de preparadores folclóricos.

Arremates a gol, cabeceios, passes, lançamentos… Enfim, tudo aquilo que pensávamos ser inerente ao virtuosismo in natura pode ser trabalhado através da ciência.

Técnicos como “Abel Braga”, do “S.C.I.”, não pertencem ao futebol contemporâneo, caso não se atualizem. Respostas ingênuas aos repórteres não tem mais espaço. Confessar aos interpeladores que desconhecia o escanteio curto adotado pelo “América” mineiro lembra a gafe cometida por “Zagalo” ao declarar o estilo holandês como “alegre”, pura e simplesmente.

A cada jogo disputado pelo “Palmeiras”, sob a batuta de “Abel Ferreira”, é nítida a perda de tempo imposta ao alviverde pelas mãos ultrapassadas do “Velho Professor”. Seria um exagero absurdo deste colunista? Rei morto, rei posto, caros leitores. A vida é assim. Atualizar-se é um dever de quem quer permanecer sob a luz da ribalta.

E por falar em “Abel”, ele não precisou especular um tempo maior para fazer o alviverde alargar as dimensões do gramado e criar espaços. Por exemplo, atletas questionados pela exigente galera esmeraldina, tais como “Zé Rafael”, “Lucas Lima” e, principalmente, Raphael Veiga, reinventaram-se e descobriram seu verdadeiro lugar no time.

Pergunto: Parece aos ilustres leitores que o elenco é curto ou curta é a forma de enxergar o futebol por parte do ex-preparador? É viável que a resposta venha no embalo dos próximos quatro meses.

Ano impressionante, mas que tem mostrado um clube ciente de que o destino está aberto e flerta com a gloriosa camisa verde.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.