Terminado o jogo, eu esperei que os comentários espelhassem, na pior das hipóteses, uma paridade de forças entre a “SEP” e a concorrência.

Inexplicavelmente assisti jornalistas beirando o surrealismo e fazendo apologia ao concorrente alviverde.

No entendimento nefasto continuávamos em crise, o técnico caindo e o time apresentando um plano tático pobre.

Porém, nada é finito que não possa piorar. Lá estavam eles atrás das câmeras prontos para desconstruir um trabalho. Afinal, o nosso clube aceita lavar roupa suja em público e isso é um prato saboroso para repórteres mexeriqueiros.

Enquanto isso a realidade apresentava alguns capítulos que os palmeirenses passionais preferiram não ler e creditar aos resumos apócrifos de alguns cronistas.

Entretanto, ainda existem pessoas idôneas e que amam o “Palmeiras” e jamais deixarão de levar a verdade aos ouvidos do torcedor. Eu falo da “Midia Palestrina” e ela fala a você que não se deixa levar pelo canto das sereias sensacionalistas.

A “Torcida Uniformizada”, por exemplo, em um arroubo de autêntica sapiência resolveu implodir o “Mito Scolari” – E desde já esclarecemos à coletividade que o “Galope Peregrino” não passa pano para quaisquer indivíduos. Apenas respeitamos e valorizamos nossos ídolos. Afinal, a torcida que ignora tais personagens desconhece a sua história -.

Conhecida por atirar na caça e no caçador simultaneamente, a “Torcida Uniformizada” não percebeu que protestar requer mais do tutano do que da força bruta e a resposta começou quando tudo parecia perdido, por intermédio de um segundo tempo convincente e competitivo – ainda não no nível esperado, mas que paulatinamente deixa de lado a esperança e busca a confiança.

Ainda no primeiro tempo, “Willian”, e depois “Gómez” e “Deyverson” – etapa complementar – permitiram ao goleiro adversário ser o melhor em campo e isto sinaliza melhoras substancias.

Enfim, o “Derby” deixou seu legado no clássico realizado no campo inimigo. Nosso time cresce e estará na ponta dos cascos na hora certa; agudo; e melhor do que nossa vã filosofia poderia suspeitar.

Ao não perder para o rival constatamos que algo renascia em nossas entranhas e admitia em alto e bom tom: “E´possível!”

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha. Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira poesia perdidas.