Por Eduardo Luiz
04/11/2020, 13h27

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Contratado para o lugar de Vanderlei Luxemburgo, demitido há 20 dias, o técnico português Abel Ferreira, ex-PAOK, da Grécia, foi oficialmente apresentado pelo Palmeiras no começo da tarde de quarta-feira, um dia depois dele começar a trabalhar no clube.

Das mãos do vice-presidente Paulo Roberto Buosi (Galiotte não compareceu em função do falecimento do seu pai), Abel, de 41 anos, recebeu uma camisa com o número 78 nas costas e escutou uma breve mensagem de boas-vindas: “A família Palmeiras está junto com você nesse trabalho. Seja bem-vindo, muito sucesso e Avanti Palestra” disse Buosi.

23º estrangeiro a comandar o Verdão, Abel Ferreira iniciou falando dos motivos que o fizeram assumir o Maior Campeão do Brasil: “Acima de tudo organização e grandeza do clube. Foi o que mais me impressionou, porque fiz o trabalho de casa. Uma coisa é o que falam, outra é o que você vê pessoalmente. O plano que o clube tem para o presente e para o futuro. Me agradou por isso, por saberem o que querem. Quando é assim é mais fácil de atingir vitórias e títulos, que é o que queremos”.

Além de Abel, também chegaram ao clube os auxiliares Carlos Martinho e Vitor Castanheira, o preparador físico João Martins e o analista de desempenho Tiago Costa. Todos assinaram vínculos até dezembro de 2022.

Confira outros trechos da apresentação:

Ambição

“Sou um homem de convicções. Gosto de seguir meus instintos, gosto de me desafiar. Não foi porque os outros disseram, foi por convicção de que posso acrescentar títulos à minha carreira”.

“Vim para ensinar, para aprender. Não sei tudo, não sou o melhor treinador do mundo, mas tenho ambição que o Palmeiras tem e fazer de tudo para ganhar. É isso que tenho na minha cabeça”

Vai morar na Academia?

“Tenho condições para morar aqui. Não vim para passar férias, vim para trabalhar, para ganhar. Esse é meu objetivo, é minha missão. Minha estadia será aqui. Não me falta nada. O clube oferece todas condições para fazer o trabalho”.

Referências

“Minha referência no futebol é o conhecimento, portugueses, brasileiros… Todos que acompanhei. Sou fruto das minhas experiências, não posso nominar um. Aprendi com todos, com os bons e com os ruins, sobretudo em momentos de turbulência”.

Andrey Lopes

“A equipe teve um comportamento espetacular (contra o Atlético-MG). Ele me falou do tempo que tem no clube, dos jogadores… Foi a pessoa que me passou mais informações. Tem ideias europeias. Seguramente é um aliado. Ontem trocamos impressões o dia todo”.

Trabalho a longo prazo?

“Desde que sou treinador profissional ainda não fui demitido, mas um dia serei. Faz parte do processo. No futebol é como a selva, ou mata ou morre. A regra do jogo é muito clara: ganha ou ganha. O presidente me fez perguntas, eu fiz a ele, ele me estudou, eu estudei o clube”.

“Não quero saber disso (mercado brasileiro não dá tempo aos técnicos). Vivo minha vida com muita intensidade. Não penso a longo prazo. Estou aqui agora, defendendo nossas cores, o verde e o branco até a morte. Os resultados que nos guiam”.

Trabalho com a base

“O clube trabalha muito com jogadores da base, mas não podemos esquecer os mais experientes, que são os que ajudam os mais jovens a crescer. Só assim o Palmeiras terá presente e futuro”.

“Se o Gabriel Menino está na condição que está, é porque Marcos Rocha e o Mayke os ajudam. Assim é com os outros também. Gosto dessa mistura. Os mais novos querem crescer junto, com respeito, amizade e competitividade”.

Pressão

“No projeto tem que ganhar. Cheguei numa realidade diferente, tenho que ter a mente aberta pra me adaptar ao clube, cidade… Mas o contrário também existe, vão precisar se adaptar a mim. Serão 2 meses com jogos direto”.

Estilo de jogo

“Temos de recuperar nossa identidade. O Palmeiras é reconhecido pela Academia por uma forma e estilo de jogar, não pelos títulos, pela identidade. Mas não me peçam que sem treinar vejam a equipe jogar como jogavam as minhas equipes, o Braga e o PAOK. Sei que nesse momento temos de ganhar”.

“Não há como mudar, não tem tempo. Vamos ver a confiança dos jogadores, a forma como vamos jogar, mas o que está bem é para continuar. Gosto que meus times joguem com a bola, mas não é só isso. E o Palmeiras foi muito inteligente ao aproveitar todos. Fez tudo como um time. Quando todos querem muito uma coisa, ela acontece”.

Gramado do Allianz parque

“Não acredito que seja vantagem ou desvantagem. Se perdemos é o gramado, se ganhamos também… É desculpa, não ajuda a evoluir. Acredito no que vi no último jogo. Temos que continuar com esse desejo de ganhar, com essa intensidade, com esse compromisso coletivo, aí tanto faz o gramado”.

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