Por Eduardo Luiz
17/06/2020, 08h44
Promovido ao elenco profissional e com contrato renovado até 2024, o atacante Gabriel Veron iniciou a temporada com a expectativa de “explodir” no Palmeiras, o que não aconteceu em função das poucas chances recebidas do técnico Vanderlei Luxemburgo (em minutagem, disputou apenas 5 dos 14 jogos que o Verdão fez antes da pandemia do novo coronavírus).
Em entrevista ao site GloboEsporte, Luxa explicou a cautela em usar o garoto, de 17 anos: “Não quero colocar e me pedirem para tirar amanhã. Quero colocar quando eles puderem seguir. O Veron não estourou ainda, ele teve uma participação excelente na Seleção, mas no Palmeiras ele está começando a história dele. Temos de ter um pouquinho de calma, já que a história dele até agora foi na Seleção”.
Para fundamentar sua decisão, o técnico citou uma experiência que viveu no Santos, com Neymar: “Quando cheguei no Santos, o Neymar tinha sido lançado pelo Dorival Junior, ele teve uma queda e começaram a falar que era só uma promessa. Eu chamei ele e o pai e falei pra fazermos um trabalho de ganhar massa muscular, chamei de filé de borboleta brincando, que eu ia colocar ele no banco, entrando 15 minutos, 20 minutos”.
“A torcida começou a me chamar de burro, seu filho disso, filho daquilo, Neymar tem que jogar. Eu bati no ombro dele e disse: ‘Não te falei? Agora vai lá jogar, meu filho” completou.
Luxa encerrou projetando uma carreira vitoriosa para Veron, mas reiterando que não queimará etapas: “O Gabriel Veron, eu coloquei. Mas teve jogo que quando ele perdia duas, três bolas, começava uma culpa nele ali. Uma sequência errando, já iam ver o Veron diferente, eu falei ‘opa, deixa eu tirar’. Aí comecei a colocar em jogos já entrando com o adversário cansado e ele usando a velocidade. É para preservar um talento como o Veron, que tem um futuro brilhante pela frente. Tem que ter calma com isso”.