Por Catedral de Luz
15/04/2022
Bastaram quinze minutos para que Raphael Veiga tornasse arte aquilo que os cronistas chamavam de dever de casa.
A vitória frente os voluntariosos bolivianos era previsível, assim como os elogios imperceptíveis não ultrapassariam as barreiras do que chamamos protocolo.
Porém, ninguém contava com Raphael Veiga. Ele precisou apenas de quinze minutos para embelezar o jogo bem administrado pelo time alternativo da SEP.
Navarro coadjuvou o homem da camisa vinte e três e preparou as quatro linhas para quando quem sabia mais pudesse exibir suas virtudes – artefatos estes que todos percebem menos o célebre Adenor –.
Escanteio cobrado por Menino e o voleio perfeito. Gol! Poucos entendem mais do que o armador alviverde sobre os desejos da bola balançar a rede adversária. Puskas – ontem húngaro e hoje prêmio – coleciona mais um candidato.
Parece que pintar com cores vivas o quadro do sétimo gol não foi o bastante. Navarro sofre uma falta no vértice direito da área inimiga. Lá vem ele, o inenarrável. A bola parte e descreve uma parábola. Gol que poucos anotam, entre eles está Raphael Veiga.
Pouco mais de vinte e seis anos, treze vezes algoz da concorrência em 2022, Veiga não parece satisfeito e quer mais. Mundial, talvez – a camisa amarela lhe cai bem – mas o craque Dudu deu a letra e já adiantou: Jogando na Espanha, até por menos.
Por mais absurdo que possa parecer, em alguns casos a genialidade precisa de quem lhe abençoe.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.