Por Catedral de Luz
28/03/2022
Eu não preciso enxergar a arte em sua essência para confirmar que o Palmeiras é um dos melhores times sul-americanos deste século.
Não foi fácil chegar aonde chegou a SEP. Vários fatores influenciaram, entre eles a longevidade do trabalho do técnico Abel Ferreira e a base do elenco mantida por tantas temporadas.
Tal insistência com alguns nomes é atitude louvável, do contrário, hoje definitivamente unanimidades, alguns jogadores brilhariam em outras equipes.
Mas tudo tem sentido se não nos levarmos pelas mãos do puro passionalismo, onde o raciocínio raso pauta a memória do torcedor.
A saída de bola a três não seria possível sem os passes e lançamentos do versátil Rocha, hoje mais zagueiro do que lateral – mas ainda temos que discutir com quem enxerga a partir do próprio umbigo.
Ainda há mais. As linhas sinuosas que pautaram a carreira de Zé Rafael no Palestra sempre foram discutidas. Entretanto, ele cobre as lacunas, para e pensa o jogo e favorece o sempre ágil Danilo a evoluir o contra-ataque alviverde. Vislumbrando o horizonte à sua frente o homem da camisa vinte e oito produz e faz a diferença.
O que dizer de Rony? Não é o melhor, mas é quem oxigena os pulmões palestrinos. Um operário valioso e insubstituível. Talvez a antítese do centroavante procurado pelos executivos alviverdes, mas que tem o objetivo de demovê-los desta tarefa.
Mas o que falar de Veiga, Dudu e Scarpa? Certamente exemplos de violinos a tocar. Poucas palavras e abundância de sons, tais como as bolas que partem de seus pés rumo àqueles que tem como objetivo as redes adversárias.
Da mesma maneira que Zé Rafael, eu paro e penso. Suspiro. Quem mais? Gómez – como esquecer o melhor entre os zagueiros da América do Sul? –, Murilo – aposta combatida (assim como tantas) –, Piquerez – os saudosos veriam semelhanças entre ele e Zeca –… E por aí vai.
Mesmo que a conquista do Estadual não seja garantida, o time esmeraldino conquistou seu espaço no cenário competitivo, pois nunca será fácil vencer o alviverde.
Embarque nessa e aplauda. O exemplo de planejamento é um fato destacável.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.