Por Roberto Galluzzi Jr.
07/10/2022

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

O que nos leva a criar novos ídolos a cada dia? De onde surge a necessidade visceral de algo sempre novo, surpreendente e inspirador?

Numa palavra: projeção. No ídolo, nós nos vemos. No ídolo, nos projetamos, quase que numa extensão de nós mesmos, o ídolo é nosso superego em campo. Por isso ele tem que ser, tem que fazer e representar.

E o menino Endrick, fruto vistoso dessa árvore frondosa que se tornou nossas categorias de base, converge todos os olhares, toda a atenção. Origem humilde, história familiar comovente que o Palmeiras abraçou e acalentou.

Que nos desculpem os outros jogadores. Somos emotivos mesmo… calma, há coração pra todos. Que haja emoção, pois é ela que alimenta o futebol. O que não pode haver é ansiedade.

Ansiedade é um fenômeno de gerações e hoje, com a profusão midiática, é mais presente que nunca! Se nós queremos ser uma torcida DIFERENCIADA, precisamos, no mínimo, pensar além do convencional.

O Endrick pode ser tudo aquilo que gostaríamos de ver: um prata da casa, talentoso, ágil e audaz. Mas é um ser humano, menino recém exposto a esse tamanhão de mundo.

Nascido nos 70 e forjado nos difíceis anos 80, o Galluzzi enfrentou a fila inteira de 16 anos. Mas estava lá, em 12/06/93, in loco e muito loco pra assistir ao vivo o primeiro de muitos títulos, aos 21 anos! Talvez por isso, pra esse geração X raiz, roqueiro e paulistano da gema, não é qualquer derrota que abala a fé.

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