Por Catedral de Luz
01/02/2021

(Foto: Reprodução)

A “Argentina” gerou para o futebol “A Flecha Loira”, nome pelo qual era conhecido “Di Stéfano”. Inúmeros atletas renomados consideravam-no entre os melhores.

Certa vez, “Di Stéfano” disse sobre as decisões que “As finais não são jogadas, são vencidas”. Isto nos interessa, porque explica a nossa mais recente conquista.

Sim, amigos, embora alguns jornalistas insatisfeitos tenham realizado comparações com outras finais, no final de semana passado a “Copa Libertadores” foi decidida pela guerra entre duas frentes que se respeitaram e abdicaram ceder ao antagonista a chance do espaço existente dentro das quatro linhas. Sair vitorioso do “Clássico da Saudade” era para entendedores da frase citada acima, e não para bravateiros.

“Abel Ferreira” estudara o adversário atenciosamente e não seria pego em armadilhas fáceis. Embora “Cuca” tenha realizado proezas incalculáveis durante a “Libertadores”, elas não poderiam comparar-se aos “12 Trabalhos de Hércules”. Tudo tem um limite, inclusive realizar mais do que se pode.

Ademais, caros leitores, campeonatos, torneios e assemelhados são vencidos durante seus cursos e não somente em seu final. Assim foi com a “S.E.P.” que demonstrou competência ao superar adversários fáceis e difíceis. O argentino “River” foi, por exemplo, uma aula estratégica lá e uma luta pela sobrevivência cá. Indiscutivelmente, algo que nossos meninos das canteiras aprenderam ao sabor de sangue e suor.

Entre acertos e erros marcamos o nosso caminho. Ora escolhemos atalhos, ora alongamos o curso, mas entre crédito e débito o saldo foi rentável.

Enfim, qual o mérito dos comandados de “Abel Ferreira”? O espírito de grupo, certamente.

A saída de “Dudu” fez o elenco pensar na melhor saída. Chegara a hora do “football association” dar frutos em um clube acostumado a grife, com craque interpretando o papel de muletas do time. O ex “camisa 7” ajudou a conquistar títulos, deixou saudades, mas permitiu que o elenco provasse a si próprio que seria capaz de sobreviver sem as suas jogadas.

Como “Abel Ferreira” sabiamente nos ensinou, “nós nos educamos a investir somente aquilo que temos disponível e podemos”. Assim sendo, aquele lado perdulário pereceu e nos restou a pontualidade nas negociações. As compras compulsivas acabaram.

A “S.E.P.” passou a ser um modelo de fazer futebol moderno, pautado em planejamento enxuto e adequado às exigências do clube. Reduziram-se salários de atletas, em acordos preestabelecidos, e com isso outros funcionários, das mais diversas áreas foram prestigiados e mantiveram seus empregos. Isto talvez nos explique por que, embora a imprensa não divulgue, o comprometimento institucional.

Enfim, um título não se faz apenas de uma final. Ele começa antes, quando tudo parece longínquo. Quando até a torcida desconfia.

A “Libertadores” não é para amadores.

Longa vida aos palestrinos.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.