Por Catedral de Luz
06/02/2023

Quem assistiu o “Clássico da Saudade” neste final de semana certamente testemunhou a SEP com maior proximidade do time de 2022.

Foi um time com sistema defensivo consistente, meio de campo com troca de passes em velocidade e articulado, onde todos executavam as funções atribuídas e ataque fundamentalmente reativo, ocupando as brechas oferecidas pelo inimigo – como não poderia deixar de ser em abertura de temporada.

À medida que o jogo foi se desenvolvendo as curiosidades alviverdes foram se apresentando e provaram que o técnico Abel busca sempre renovar suas armas em combate.

Entretanto, na verdade, as curiosidades eram variantes de 2020, 2021 e 2022. Execuções apresentadas por velhas caras em circunstâncias diferentes.

Zé Rafael, por exemplo, a despeito da ótima fase na figura de um “8”, algo que lhe fez conquistar respeito do torcedor, agora é um “5” com velocidade reduzida, passes e lançamentos qualificados, arranque, arremate, cabeceio, infiltrações pelos lados e um diferencial pautado na inteligência. Corre menos, tem um tempo de bola acima da média e comanda como poucos. À frente de Gómez e Murilo (5 estrelas) tem tudo para formar uma trinca de respeito à frente da área esmeraldina.

Porém, as curiosidades não param no “Trem Alviverde”. Menino e Veiga funcionam como articuladores ofensivos, mas não se esquecem do combate aos articuladores adversários – é de se surpreender quando percebemos a camisa “23” marcando, recuperando a bola e criando um contra-ataque.

Mas as novidades continuam, apesar da saída executada a três permanecer – com destaque para Marcos Luís Rocha (lateral construtor) ou Menino, com a subida do camisa 2 para trabalhar de apoiador genuíno.

Talvez o sistema ofensivo seja o setor que apresente mais dúvidas e possibilidades ao “Gajo”. Afinal, Endrick ainda não explodiu, Giovani (3 estrelas) pede passagem e Rony Rústico (merecidamente 4 estrelas) é o que melhor desempenha o que Abel Ferreira quer.

Todavia, mais do que simples artimanhas ou estratégias, Abel Ferreira consegue desenhar mais um Palmeiras à sua frente e este se distancia do lugar-comum.

Danilo e Scarpa deixaram saudades, mas o trabalho continua e deixa claro ao torcedor, principalmente aquele que sabe enxergar além, que ninguém é insubstituível no esporte coletivo.

Abaixo apresentamos Murilo, o nome do jogo “GALOPE PEREGRINO/ PTD”.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.