Por Catedral de Luz
03/03/2021

(Ilustração: Colin Ashcroft)

Poderíamos escrever uma tese sobre o assunto, mas há quem garanta que “praga de palmeirense pega”. Que o diga uma certa eminência parda, teimosa por natura e que perturba-nos com o termo e tratamento “rival”, quando o clube pelo qual torce nunca deixou de ser inimigo.

Pois é, “2014” meteu o pé na estrada e os anos seguintes provaram quem se apequenou, na verdade.

A História é cíclica e convém atentar-se às armadilhas criadas pelo violino do destino.

Aquele que outrora era chamado de “soberano” fez da “soberba” a sua vala comum. Formado em sua essência pela aristocracia seiscentista, ele passou a contar as moedas do fundo do bolso. Pobre clube rico.

Todavia, não foi somente aquele que se julga acima do bem e do mal que conheceu a lâmina implacável que martiriza a imprudência.

“Véspera de muito, dia de pouco”, ensina-nos o provérbio. Foi dessa forma que um dos nossos mais tradicionais rivais afundou-se em sua própria vaidade e imaginou que o judiciário desta terra nunca proporia acertar as contas. Mesmo que por osmose, o “país da impunidade” deixou de empurrar a sujeira para baixo do tapete e ouviu a contragosto o clamor da sociedade.

Nossas páginas são as melhores defesas com as quais poderíamos contar.

No princípio não passávamos de “carcamanos” e anarquistas e hoje encorpamos os números por intermédio dos afro-brasileiros, indígenas e retirantes do lado superior do mapa. Entretanto, as etnias continuam crescendo dentro de nossas fileiras.

Ousamos utilizar o título de brasileiros e pagamos com trabalho e comprometimento.

Fomos palestrinos e hoje somos palmeirenses, graças a Deus!

Assim sendo: “Cuidado ao atirar-nos aos lobos! É possível que voltemos líderes da alcateia”.

Está em nosso sangue. Está em nosso DNA.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.