Por Catedral de Luz
05/11/2021
Assim eu chamo meus heróis do futebol, tais como o vitorioso time responsável por incontestável vitória alcançada em derby disputado pelo “Paulista”, na primavera de 1933.
Grandes personagens – iguais a “Pelliciari” – que por anos fizeram e ainda fazem a alegria deste torcedor. Afinal, o tempo é uma brincadeira sadia promovida por “Deus” e que nunca finaliza, apenas se renova e permite que comemoremos “8X0”, ano a ano, 88 vêzes.
Engraçado, anos após, César tornou-se meu primeiro ídolo, o número nove foi o meu primeiro manto e mesmo assim, por mais absurdo que pareça, ele não está no meu “Palmeiras Eterno”. Provavelmente porque “Evair” está além do homem-gol. Ele é a essência futebolística de quem habita a área adversária.
Olho para o meio de campo e vejo artífices que faziam de tudo menos maltratar a bola.
“Sampaio” era o volante desprovido de quaisquer pecados, pois para atuar ao lado de “Ademir” era necessário provar fair play. Aliás, o “Divino” fazia com que o futebol fosse encarado com absoluta simplicidade, como se meros mortais pudessem realizar suas jogadas, mas nunca com a genialidade que lhe era peculiar.
Ah “Sampaio”, foi difícil deixar “Dudu” de fora, da mesma maneira que “Edmundo” e “Rivaldo” tramaram com habilidade e garantiram vaga ao lado de “Leivinha”, o maior cabeceador que vi atuar no alviverde.
Au, au, au, escolher onze esmeraldinos é jogo mortal. Contudo, tais escolhas nasceram para polemizar, atitude esta que chegou forte ao sistema defensivo, onde as laterais foram ocupadas por “Arce” e “Roberto Carlos” letais nas cobranças de faltas.
Time imbatível não existe, mas este chegaria aos limites do possível. Como ignorar uma dupla de área formada por “Luís Pereira”, o maior de todos e “Gustavo Gòmez”, o melhor do continente, atualmente? Pergunte ao “Emerson Leão”.
Caro leitor, cada um tem um sonho e todos permitem voar. Assim sendo, não fique triste com meus caprichos e preferências. Os meus filhos do tempo, talvez, não sejam os seus, mas todas as nossas escolhas juntas nos fazem palestrinos de quatro costados (confiáveis, capazes e equilibrados – talvez menos que o necessário).
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.