Por Catedral de Luz
09/09/2020

(Foto: Palmeiras)

O futebol surpreende a crônica esportiva. Não é ciência exata, mas os jornalistas continuam a analisar o que acontece dentro das quatro linhas como se fosse uma fórmula matemática.

Entre as fórmulas matemáticas analisadas pela imprensa está a “S.E.P.” e ela resiste surpreendentemente às criticas, por intermédio de um futebol digno do medievalismo – peço licença ao jornalista e amigo “Paulo Massini” por utilizar a terminologia.

Como explicar doze jogos invictos (6 V – 6 E, e entre eles um título regional)? A sorte conspira a nosso favor? Vivemos de repentes? Ou descobriremos lá pela metade do campeonato que o elenco é bom, que o time tem tudo para engatar uma quinta marcha e tudo aquilo que os estudiosos falaram era nuvem passageira?

Tenho lá minhas convicções e através delas confirmo que um time não persiste entre os melhores da tabela caso viva exclusivamente da sorte. Muito menos à base de breves inspirações, o que provaria a letargia adversária. Você pode duvidar, mas o time atual tem lá suas virtudes.

Embora a unanimidade em torno do time alviverde inexista, este clube teve outras equipes que foram denominadas “Academia” (I – anos 60, II – anos 70, III – anos 90), inclusive pela concorrência.

A concorrência – acredite! – é capaz de escalar a “S.E.P.” dos anos 70 com a maior desenvoltura – mas quem não é? (Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu, Leivinha e Ademir; Edu, César e Nei).

Talvez você desconheça o fato, é normal, ninguém pode saber de tudo, mas o time descrito acima nunca perdeu ao envergar o nosso manto sagrado (12 V – 11 E, contabilizando jogos oficiais e amistosos, entre as temporadas de 1972 a 1974).

A “II Academia” citada há dois parágrafos era titularíssima, conquistou inúmeros títulos de importância e só não foi escalada com maior assiduidade em virtude de situações pontuais, tais como convocações e contusões.

Esse Palmeiras do qual falamos marcou a minha infância. Estadual (1972/1974) e Nacional (1972/1973) foram apenas alguns episódios de destaque que presenciei. “Mestre Jota”, Historiador e Palmeirense, ao rever as fotos desse time deve se lembrar o quanto era prazeroso acompanhá-lo. Quantas histórias o nosso “Google Ambulante” não teria para contar.

Contudo, a via segue e a “S.E.P.” continua escrevendo sua própria história. Talvez, a mesma qualidade nunca mais seja possível, mas com outros contornos.

Preferências políticas e profissionais à parte, o time alviverde sempre será acompanhado “in loco” pelos seus intensos simpatizantes. E acredite, “qualquer palmeirense se julga no direito de criticar, cornetar ou xingar, mas da mesma maneira, qualquer palmeirense nunca permitirá ao torcedor alheio dizer uma sílaba da ‘Eterna Academia’, não é mesmo, ‘Mestre Jota’?”.

“Vou lá atrás. O Palmeiras teve treinadores que deixaram ‘Ademir da Guia’ no banco. Coube ao ‘Renganeschi’ o mérito de lançá-lo. Hoje, diríamos ‘quem não lançaria Ademir?’ Dezoito meses no banco, ‘Renga’ lançou”. (Mestre Jota)

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.