Por Catedral de Luz
12/02/2021

(Foto: Reprodução)

Cinza. Era assim que o céu alviverde manifestava-se na primeira década do “Século XXI”.

Tudo dava errado, mesmo quando os homens escolhidos eram os certos.

A pressa, talvez, exacerbadamente conspirava. Todos eram pressionados e o ar rarefeito dominava as alamedas do “Palestra Itália”.

A “Série B” fez de 2003 um divisor de águas inaproveitáveis, pois o insuportável amargor do fel não nos ensinou nada.

Um planejamento pautado na miséria nada nos trouxe de positivo e quando o artífice do mal aposentou-se a contragosto tudo levava a crer que a máquina seria azeitada e a engrenagem voltaria a girar satisfatoriamente.

Mas os anos de ausência das boas ideias trouxeram ansiedade e, obviamente, os apressados comeram crú – crú, eu falei –, somente restando a lembrança de um “Estadual de 2008” exageradamente valorizado.

Planejamento era fator de discórdia dos homens de boa fé, pois ainda contínhamos algumas raízes cancerígenas entre eles. Motivando desavenças, elas quase levaram a “Sociedade” à falência esportiva, tanto que um determinado presidente concorrente disse que o “grande Palmeiras” tinha se apequenado. Era o fim

Mas o vídeo lançado na semana da final da “Libertadores” deixou claro o equívoco, seis anos depois: “Joguem-nos entre os lobos e voltaremos chefiando a alcateia”. Pequenos são vocês!

A segunda década deste “Século XXI” veio para cumprir a profecia. E o gigante adormecido ressurgiu.

Algumas mentes brilhantes foram responsáveis pela virada e nunca esqueceremos os nomes de tais personagens.

Hoje o Palmeiras é competitivo e, apesar de alguns deslizes, dificilmente deixará a ribalta.

Quando você ousar criticar a temporada de 2020 lembre-se do passado e da década anterior, mais precisamente. Quantos homens atrapalhados, involuntariamente presos dentro de carros promocionais, pela mais absoluta falta de como comportar-se diante dos holofotes.

E hora de enxergar além. Entender os motivos. Saber que habitamos uma terra onde o único beneficiado é aquele que nada produz.

Enfim, o “Brasil” é a terra que pune a competência.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.