Por Catedral de Luz
28/03/2022
– Clássico é clássico! – diriam os cronistas esportivos. Tudo para explicar que os embates entre forças de mesmo calibre não oferecem favoritismo.
Todavia, embora a rivalidade imponha um certo grau de cordialidade entre as partes, de forma subjetiva a sorte começa a ser especulada, mesmo que a arbitragem não tenha dado o apito inicial. Local, dia e hora são discutidos feito guerra de guerrilha, com a finalidade única de desestabilizar o oponente.
Confesso que o Choque Rei é – e sempre foi – o meu calcanhar de Aquiles. Aquele enfrentamento que me torna um homem comum, desprovido de discernimento, porque enxergo os fatos além das quatro linhas, onde os dois times invadem as páginas da História.
Invadir as páginas da História é experimentar sensações de dèjá vu. Por exemplo, alguns reveses foram doloridos, em virtude dos erros de arbitragem cometidos contra a SEP e que à luz do VAR não seriam empurrados goela abaixo do torcedor. Aliás, mediante passe de mágica deixamos de ser “garfados” após o surgimento do “Video Assistant Referee”.
Arestas aparadas, agora cabe ao time alviverde colocar em prática a tática trabalhada durante os treinamentos diários. Como diria Abel Ferreira: “Divirtam-se!”
Tem sido divertido jogar pelo Palmeiras. Criou-se um ambiente familiar entre os jogadores, sem nunca ignorar a responsabilidade profissional. Trabalhar em grupo é um grande barato quando executado de forma espontânea.
Atacar bem é uma consequência de defender consistentemente. Simples assim.
Através da simplicidade das execuções feitas durante os noventa minutos vislumbramos a cumplicidade entre os atletas e, principalmente, entendemos que a mensagem do treinador foi aceita e por isso é coberta de sucesso.
Que venha o Choque Rei e que o inferno do estádio alheio seja o nosso paraíso esperado.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.