Por Catedral de Luz
23/09/2022

(Foto: Reprodução)

Decepcionante saber que o processo reconstrutor apresentava tantos entraves, embora o trabalho iniciado por Nobre e demais membros seja da melhor qualidade, conforme os títulos futuros tenham comprovado.

Desde já frisamos veementemente que o texto revisitado não serve de ferramenta de cunho político para o momento atual.

Concomitantemente, disputávamos a Série B e completávamos a sexta partida (2X0, América/RN).

Até então, a campanha era de 4 partidas ganhas e 2 derrotas.

CARTA AO JUDAS NOSSO DE CADA DIA

Muitos séculos se passaram e você, “Judas”, travestido de torcedor alviverde, voltou para combater impiedosamente nossa presidência [Paulo Nobre], seus diretores e a ideologia implementada desde janeiro [2013] próximo passado.

Custou-me horas a fio para descobrir seus verdadeiros objetivos e, com certeza, eles não convergem para a alegria de nossa ilustre SEP.

Motivos políticos e jogos de vaidades deixaram de ser sua mira predileta e passaram a ser o norte de suas elucubrações. Prós e contras foram legados ao esquecimento e a infantilidade do “perdi, mas não quero que levem” tomou a forma de sátira, releitura imprópria – tantas vezes criticada na imprensa – e teorias conspiratórias. Sinto que você perdeu o verbo contido nas linhas da História, não amadureceu e apodreceu nas masmorras de sua miséria eloquente.

Permita-me lembrá-lo que o verdadeiro motivo da crítica é alertar e acrescentar; divergir para convergir; levar ao conhecimento, esclarecer e formar opiniões. Ninguém é 100% céu ou 100% inferno. Alinhar as diferenças é alinhar forças; saber democratizar, socializar e vencer.

Erros existem e não podem ser incinerados por nossa inflexibilidade. Precisamos equacioná-los – interesses pessoais à parte.

Por isso é necessário domar a língua selvagem. Perceber que o poder mudou de mãos e que o trabalho conceitual existe e foi posto em prática, mesmo que ele não parta daqueles que tanto veneras. Afinal, antes dos homens resiste – ou insiste? – a SEP.

Neste país, onde o acusado por assassinato é recebido com honras de herói (*) não podemos municiar os interesses alheios. Já bastam nossos inimigos do “front”.

Gostaria que você gritasse gol e curtisse as nossas vitórias, pois no entendimento geral o silêncio sinaliza como espionagem.

Entretanto, a vida segue e é bom lembrar que vencemos a sexta partida. Assim sendo cumprimos com a tarefa traçada.

Não fomos a orquestra desejada, mas a banda do coreto da cidade de Ceará-Mirim. Para nós, alviverdes imponentes, isso basta.

Amanhã, quando o dia substituir a noite, Judas não terá assunto para nos enfurecer. Afinal, não é a cada curva de esquina que encontramos o valor de trinta moedas.

(*) citamos o fato de um assaltante ter disparado contra um policial militar e ser recebido como herói ao entrar em penitenciária.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.