Por Catedral de Luz
02/02/2022
Foi mais um jogo, mais um adversário e mais uma vitória. Entretanto, nada é certeza nas cabeças alviverdes. Há sempre um porém que precede a frase de quem confia ou desconfia. Bom é aquilo que não faz parte do que te pertence. Posso explicar?
Ouça atentamente Abel Ferreira em entrevista. Ele precisou apenas de um ano a frente do time alviverde para interpretar sua torcida.
Como se fosse um esmeraldino desde tenra idade, Abel descreveu com maestria a bipolaridade que é própria de um palmeirense. Ao dividi-los entre aqueles que preferem acreditar sempre e aqueles que só acreditam depois de vencer, o gajo encontrou espaço até para quem acredita quando está quase.
Talvez seja uma característica idiota deste que lhes fala, achar que o apelo de um estranho possa aguçar-lhe a sensibilidade. Todavia, seja você por natureza um torcedor otimista ou um torcedor que comemora apenas após o apito final, não se esqueça de que o clube continua a crescer, desde 1914, e para seu delírio ou indiferença a frase continua ecoando: “Todos somos um”.
A tarefa parece impossível? Bem sei o que passa dentro de sua cabeça.
Contudo, Dudu tornou a ser Dudu? Centésima vitória dentro do solo sagrado do Allianz? É pouco para você, mesmo que um chute de Scarpa ou uma tabela entre Rafael e Veiga façam a diferença.
Vamos para os Emirados entendendo pouco sobre aquilo que conquistamos em plena pandemia. Provavelmente mal agradecidos pelas benesses alcançadas.
Porém, tenha a certeza de que o homem que comanda os nossos sonhos do lado de fora das quatro linhas fez mais do que imaginávamos alcançar.
Quem sabe essa caixa de pandora não nos reserva mais algumas surpresas.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.