Por Leonardo Laruccia
15/10/2020

(Foto: Reprodução)

Pressão. Péssimo desempenho. Nenhuma perspectiva de melhora. Comando perdido. Allianz Parque, 18h, 14 de outubro de 2020.

— Vamox lá! Hoxe é aquela hixtória: **** apontada puxéu! — gritou na subida ao gramado.

— Eu, heim, o cara fala que a culpa é nossa e agora quer que a gente dê o sangue? Tô fora! — cochichou um titular para outro

— Tá pensando em entregar? — retrucou o outro

— Não mesmo, sou profissional. Mas ainda não engoli aquela entrevista do jogo passado. Quando perde é a gente, quando ganha é ele? Comigo não! — esbravejou o primeiro

— Bora pro jogo!

Após o apito final…

— É rapaz, não entregamos de propósito, mas acho que derrubamos o treinador, né?

— Jogamos muito mal mesmo, apesar de termos corrido muito. Mas essa culpa eu não carrego. Quantos jogos estamos perdidos dentro de campo? — perguntou, complementando — O futebol já passou da fase que só a preleção fazia times ganharem. Se o treinador for demitido, espero que seja para finalmente implementar uma mudança no nosso time.

— Enfim, boa noite e vamos ver o que acontece.

Quase 4 horas após o apito final…

— Fala, pai! E aí, viu lá? O comando caiu.

— Acabei de ver. Amanhã é folga, mas na sexta-feira quero ver o que vai rolar na Academia.

— Quem será que vem? — perguntou o primeiro

— Não sei, a única coisa que eu sei agora é que vou jogar um Play e amanhã vou acordar cedo pra dar aquele “tibum” na piscina. Boa noite.

— Boa noite! — finalizou, mas pensando: “Finalmente a vaca caiu da árvore, mas será que a culpa também não é do galho, por ser fraco?”

Leonardo Laruccia, palmeirense da década de 90, publicitário, sócio da WL Agência Digital e escritor nos intervalos.