Por Catedral de Luz
27/01/2021
Surpreso com a escolha do texto? Será melhor viajar pela história palestrina e acalmar os nervos, estressados desde já com o jogo deste final de semana.
Viajemos para a cidade de “Sorocaba”, distrito de “Votorantim” – emancipado em 1964 –, e assistamos sentados nas arquibancadas de madeira do estádio “Castelões de Sorocaba” ao primeiro embate de nossa expressiva história, frente ao “Sport Club Savoia”, oriundo de operários fabris.
Nosso elenco chegou a “Sorocaba” depois de duas horas percorridas pela estrada de ferro “Sorocabana”. Porém, um bonde foi necessário para levá-los ao local do jogo.
Poeticamente iniciados nas competições futebolísticas, nossos jogadores vestiram verde, branco e vermelho. Isso posto, desde já desfazemos as dúvidas contidas em algumas teses de historiadores do futuro que garantiram ter o time esmeraldino envergado a camisa azul, em homenagem à “Casa de Savoia”, a “Casa Azurra” resgatada por um de nossos uniformes mais emblemáticos do final da primeira década do século XXI.
Jogo Amistoso? Até a página posterior. Estava em jogo a “Savoia”, taça que muito assemelhava-se ao “Santo Graal” arthuriano – não é mesmo, “Conrado”? -.
Ninguém queria perder, principalmente aqueles que elegantemente fizeram as honras: “- Pois que os visitantes festejem até o início da contenda. No mais… que percam!”
A primeira etapa terminou em branco, acirrada. Jogadas decididas “dentro dos rigores da lei”. Não seria fácil debutar com triunfo, mesmo que a taça fosse uma simples simbologia de vitória. Porém, como diz o nosso hino “… A dureza do prélio não tarda…”
Entretanto, ele veio. O primeiro gol. Elegante zagueiro, “Bianco Spartaco” marca de pênalti e nos põe à frente e próximos do “Santo Graal”. Nascia o campeoníssimo.
Não demorou muito para Alberto Alegretti, de falta, dar números finais. Estava escrito.
O destino caprichoso permitiu que um autentico italiano, “Valle”, natural da província de Vercelli, ao capitanear o time alviverde naquela partida tivesse a honra de levantar o nosso título inicial. O resto, amigos, a História insistentemente conta e não cansa.
Agora o que conta e faz a diferença são os eventos semelhantes ao vivenciado em “Votorantim”, 106 anos atrás, dia 24/01/1915.
Lá, no estádio que não existe mais e hoje posa de rua, foram eternizados os nossos primeiros heróis. Quiçá possam eles reencarnarem na pele de nossos guerreiros contemporâneos e ajudem a buscar mais um “Santo Graal” arthuriano.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.