Por Catedral de Luz
22/11/2020

(Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

Por intermédio do ponto de vista do futebol, eu, o bode expiatório, nasci para ser responsabilizado por quaisquer falhas dentro do jogo, mesmo que não seja diretamente envolvido no lance.

Eu, o bode expiatório, não estou acima do bem e do mal. Aliás, meu desejo é desfrutar dos mesmos direitos e deveres de qualquer jogador.
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Neste final de semana, a despeito da fase ascendente do time e do jogador questionado, eu voltei a brilhar pelas excessivas críticas de escárnio. Fui “Patrick de Paula” e embora meus antecedentes sejam positivos não serviram para absolutamente nada.

Fiz meu debut em 2020 e o simples motivo do surgimento do “Coronavírus” já dava indícios claros de que o ano seria uma verdadeira guerra.

Entretanto, graças a “Deus” e ao trabalho realizado pelo grupo, o Estadual chegou às nossas mãos, por merecimento. Coube a mim a última cobrança e o confronto com um dos maiores pegadores de pênalti do “Brasil”. Embora o esquecimento prematuro, eu venci.

Porém, depois da ribalta vieram as trevas, e eu não me farei de anjo, mas percebi as armadilhas da carreira e foquei nos jogos, um a um. Estou de volta, mas sei que posso melhorar.

Nos meus pés esteve a chance de mudar o destino do jogo, mas fiz uma escolha errada, e da mesma maneira não cheguei a tempo de bloquear o arremate goiano, autor do gol de nosso fracasso.

Não basta pedir desculpas ou informar que depois de hora e meia de partida a mente raciocina, mas o corpo, infelizmente, não responde.

Este seria o discurso de “Patrick de Paula” se a ele fosse permitido esclarecer os fatos. Porém, a cornetagem não dá chance. Errou? Acabou!

Não interessa que o futebol seja um encadeamento de situações que impliquem acertos, por intermédio da técnica e tática somadas ou do erro cometido inadvertidamente.

Eu pergunto, mais uma vez: Errou, acabou?

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.