Por Djalma Verdão, 10/06/2020

(Fotos: Palmeiras)

O ano era 1971 e o Palmeiras iniciava aquele ano como vice-campeão brasileiro, possuía um bom time e a expectativa de todos era no mínimo protagonizar os campeonatos que disputaria.

Todavia, 4 episódios não agradáveis ficariam marcados nas mentes Alviverdes.

O primeiro, a eliminação na Taça Libertadores da América para o forte time do Nacional do Uruguai, onde o algoz foi justamente o ex-atacante Palestrino: Luis Artime.

O segundo, uma derrota inesperada em casa para a Ferroviária de Araraquara por 3×2.

O terceiro, após 4 dias daquele resultado negativo diante da Ferroviária, um tropeço surpreendente para o mediano time do Corinthians por 4×3.

O quarto, o grande assalto na final do Paulistão diante do São Paulo, onde Leivinha após marcar um gol legítimo de cabeça foi invalidado pelo árbitro Armando Marques, um indivíduo que ficou marcado por ser autoritário, arrogante e mau caráter, sendo inclusive suspenso pela FIFA durante a Copa de 1974 após humilhar gratuitamente um jogador alemão.

Esses episódios de 1971 certamente também influenciaram os dirigentes Palestrinos daquela época a promoverem mudanças, a começar pela demissão do excelente treinador Rubens Minelli, sendo substituindo pelo competente Oswaldo Brandão por volta do mês de outubro.
Embora o Palmeiras tenha parado nas semifinais do Brasileirão daquele ano, acabou por deixar uma impressão positiva e muito otimismo para o ano subsequente.

Chegou 1972 e novamente os dirigentes Esmeraldinos fizeram 3 contratações pontuais: o ponta-esquerda Nei, vindo daquela mesma Ferroviária que nos havia surpreendido em 1971, o atacante argentino Norberto Madurga, titular absoluto do Boca Juniors e um certo Ronaldo, ponta-direita, campeão brasileiro em 1971 pelo Atlético-MG, primo-irmão do genial atacante Tostão.

  • Nei teve uma passagem gloriosa pelo Palmeiras. Com o seu cabelo “black power” infernizava as defesas adversárias com dribles desconcertantes e contra-ataques rápidos e mortais pela ala esquerda dos gramados, onde sempre terminavam nos pés de César Maluco, Leivinha, Ademir da Guia etc. resultando em gols ou defesas milagrosas dos goleiros rivais.
  • Madurga foi fundamental na conquista do Brasileirão de 1973 ao substituir à altura o artilheiro César Maluco (suspenso pela CBF).
  • Ronaldo, “reserva de luxo” de Edu Bala, também foi uma peça fundamental no Paulistão de 1972, assim como nas conquistas do Brasileirões de 1972 e 1973.

Um dia, o genial Oswaldo Brandão optou por improvisar Ronaldo como centroavante, fazendo ótimas atuações naquela posição, mesmo que o seu forte fosse exercer a função de ponta-direita ou segundo atacante.

A escolha do Velho Mestre Brandão de improvisar aquele certo Ronaldo como centroavante seria decisiva para a História do Futebol Palestrino e brasileiro.

Em 22 de dezembro de 1974, o Palmeiras entrava nos gramados do Morumbi na condição de “vice-campeão paulista” diante do “poderoso” Corinthians, como assim fora determinado pela imprensa calhorda, já que para esses “especialistas de futebol” o Alviverde de Palestra Itália seria presa fácil e apenas um mero coadjuvante do final do “jejum de títulos” do seu maior rival.

A “festa alvinegra” já estava encomendada em bares, restaurantes, galpões, ruas, praças da Capital, assim como nas cidades do Interior paulista e, claro, em todo o resto do Brasil.

O único detalhe que esses fanfarrões da imprensa ignoraram era que do outro lado estava a SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS, carrasco histórico do Corinthians e até hoje dono da maior goleada imposta a eles: 8×0, SEM NENHUM PERDÃO.

E foi SEM NENHUM PERDÃO, DÓ ou PIEDADE que aos 34 minutos do segundo tempo, o lateral-direito Jair Gonçalves cruzou para Leivinha que de cabeça ajeitou para aquele “Certo Ronaldo” chutar forte contra o goleiro corintiano Butice, não só abrir o placar mas para CONQUISTAR MAIS UM TÍTULO, e com vários sabores especiais: SOBRE o Corinthians, CALAR A BOCA dos “jornaleiros”, CALAR 100 MIL CORINTIANOS no estádio do Morumbi, além do RESTANTE DELES.

A FESTA FOI VERDE, ao som do “ZUM ZUM ZUM É VINTE E UM”

(Foto: Gazeta Esportiva)

A FESTA FOI VERDE porque o PALMEIRAS tinha um GRANDE ELENCO, jogadores APTOS para atuar em QUALQUER GRANDE CLUBE do Planeta.

Jogadores do Palmeiras (da esquerda para direita) em pé: Jair Gonçalves, Leão, Luís Pereira, Alfredo, Dudu e Zeca – Agachados: Edu, Leivinha, Ronaldo, Ademir da Guia e Nei / Foto: Gazeta Press

A FESTA FOI VERDE porque UM CERTO RONALDO marcou um GOL IMPORTANTE PARA A HISTÓRIA ESMERALDINA e o MAIOR DA SUA CARREIRA.

RONALDO, UM CERTO RONALDO, que NUNCA IRÁ MORRER.

RONALDO, ONDE QUER QUE VOCÊ ESTEJA, SEMPRE ESTARÁ VIVO.

OBRIGADO, RONALDO.

A TORCIDA DO PALMEIRAS TE AMARÁ PARA SEMPRE.

Saudações Alviverdes.
Djalma Verdão[]

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