Por Roberto Galluzzi Jr.
01/02/2023

(Foto: Reprodução)

A posição do muitos jornalistas contra o “destempero” do Abel revela algo bem claro: não querem esclarecer. Querem VENDER. E é por isso que o jornalismo vive nessa crise ridícula, rasteira passada pelas infames “fake news” que ele próprio sempre praticou ao longo da história. Ou você acha que “fake news” é algo novo? Nana nina não… sempre houve, só lhe deram novo nome. Mas só prolifera por conta do descrédito que boa parte da população nutre pela mídia.

Explicando: cada veículo possui um público-alvo específico. E é esse público-alvo que o jornalista deve atingir. E se o seu público quer ouvir groselha, groselha neles! Uma mesa-redonda do Chico Lang, passará 2horas falando do Curintcha. Porque? Pois é seu público-alvo majoritário.

A Globo incensa Flamengo e SCCP porque alí está a maioria de seu público-alvo, nas classes C-D (75% da população brasileira, na qual me incluo). E assim o fará, sempre. Gostemos disso ou não, eles agirão como uma grande corporação com interesses financeiros acima de qualquer isonomia esportiva. O resto é blá, blá, blá…

O problema é que nesse afã de salientar, espetacularizar e gritar para repercutir, o jornalista escorrega na própria agenda e, catapultado por seu ego (abundante na referida profissão), passa a vociferar incongruências descontextualizadas, que por sua vez alimentam uma opinião pública absurdamente mal informada que fica, assim, suscetível a terraplanismos, cloroquinas e outras obscenidades culturais.

Esse é o quadro. Vivemos numa sociedade absolutamente MAL informada, por um jornalismo que vive em CRISE, incapaz até mesmo de reconhecer sua causa principal – o próprio MAL jornalismo que fala só o que o público quer ouvir, que joga na fogueira, que salienta ao invés de contextualizar, que ouve só um lado e que viciado numa agenda própria, vive à parte do mundo real, como ele é.

Temos MUITO a mudar em nossa sociedade (e muito bem temos feito!). Mas enquanto se deixar levar por interesses próprios (respondam eles ao bolso ou ao ego) ao invés do coletivo e praticar a vilanização ou romantização das pautas, o jornalismo continuará cavando sua própria trincheira, de onde ao invés de BOA informação, só virá bomba.

Nascido nos 70 e forjado nos difíceis anos 80, o Galluzzi enfrentou a fila inteira de 16 anos. Mas estava lá, em 12/06/93, in loco e muito loco pra assistir ao vivo o primeiro de muitos títulos, aos 21 anos! Talvez por isso, pra esse geração X raiz, roqueiro e paulistano da gema, não é qualquer derrota que abala a fé.

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