Por Catedral de Luz
19/01/2022
Caros amigos, eu não conheço torcedor que abrace melhor a causa de uma crise do que o palmeirense. Ele vive com intensidade a turbulência do contraditório e esquece de curtir os bons momentos, tais como a conquista de uma Copa Libertadores.
Alguns responsabilizam o sangue nas veias ou o código genético da coletividade alviverde que ousou dar asas ao sonho do Palestra Itália, sob a luz do luar de agosto de 1914 e ao melhor estilo da escritora Zélia Gattai, graças a Deus.
Mas não é sobre anarquia que quero falar ao ilustre amigo que me observa, linha após linha. Quero propor um urgente e eficaz pacto pelo Mundial. Sim, uma disputa que me parece postergada a segunda plano, ora por motivos não mais importantes que Egito e México – deixemos a Inglaterra bater à nossa porta mais tarde, se assim o destino quiser.
Da mesma forma que 1951 nos ensinou, o Mundial não espera por um novo dia ou oportunidade. Sendo assim e punidos pela intolerância corremos um sério risco de perdermos categoricamente e com toques de crueldade o horário do trem da História.
– Mas perderemos o jogo frente ao Chelsea, amigo Catedral – diria um leitor incrédulo, ao desdenhar meu pedido “passador de pano – não é assim que me chamam? -”. Todavia, eu explico, caro “corneteiro”.
Palestrinos, nós nascemos e por circunstâncias caprichosas tornamo-nos palmeirenses, mas por um aspecto único mantivemos os nossos princípios. O caráter nos impulsiona à frente.
Vivamos com resiliência mais estes percalços à nossa frente e desfrutemos do direito da batalha diante de forças melhores, mas não invencíveis.
Permita a si próprio o dom de voar e por ventura sonhar.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.