Por Catedral de Luz
13/11/2020
Definitivamente, eu não entendo nada desta ciência denominada futebol.
Faca de dois cortes, o futebol dança frequentemente com a dama do surrealismo. Assim sendo, não confie plenamente em cronistas esportivos que afirmem máximas categóricas, pois o jogador gosta de bancar a fênix e subitamente renascer das cinzas.
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Quantos jogadores da “S.E.P.” você exorcizou nesta temporada? Posso garantir uns três, pelo menos. “Scarpa”, “Zé Rafael”, “Raphael Veiga”… Até Gabriel Verón passou pela lâmina afiada do torcedor corneteiro.
“Freud explica”, diria “Zé Ramalho”. Ou melhor, “Emerson explica”, por intermédio de passes e lançamentos precisos e com uma tranquilidade que até incomoda, obviamente o imprudente adversário, é claro.
Ilustre leitor, o time alviverde não é só uma mera coincidência. Nada foi por acaso. Na verdade, entre a saída do passado e a chegada do futuro, o nosso presente assistiu a repaginada de valores, algumas estrelas emergentes que fizeram da mediocridade seu estado normal e precisavam de mãos amigas que soubessem o equilíbrio entre o morder a assoprar.
“Abel” foi este artífice. Foi o homem que acreditou em espírito de equipe e fez do cotidiano de trabalho uma segunda via à família. Não um paternalismo “Modelo Scolari”, onde o protecionismo gratuito tinha começo e fim, mas uma família escrita e falada à base de direitos e deveres. Fraternidade formada por irmãos, talvez.
Enquanto houver forças e o elenco acreditar no comando proposto pelo clube, afinal é mister confiar, o time respirará ares satisfatórios. Pois reconhecer nossos limites é o início da jornada do grande conquistador.
E você que ainda não vislumbrou que pode fazer a diferença, por gentileza reflita. Evite a crítica infundada, participe e enxergue além de seus conceitos superficiais. Não será pelo seu caminho que o alviverde triunfará.
Vale a pena comprar essa ideia. Ela não é minha ou do clube. A ideia foi forjada por nossa história.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.