Por Catedral de Luz
20/01/2021

(Foto: Reprodução)

Nunca me preocupei com esta pergunta. Profissional é profissional e isto basta quando o assunto é treinador. Entretanto, eu estava enganado, caros amigos. “Confúcio” sabia disso ao falar que “saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem”.

Omisso? Jamais! Impressionou-me, desde o início, o modus operandi do “gajo Abel Ferreira”. Algo capaz de fazer o mais disciplinado técnico de futebol corar ao percebê-lo ditar suas regras de comando.

A começar pela tarefa caseira, provavelmente iniciada na viagem entre “Atenas” e a “Terra da Garoa”, o nosso “Ilustre Português” apresentou-se ao clube sabendo de alguns episódios da história palestrina que apenas pilares alviverdes dominavam com propriedade. A filosofia socrática diria sobre isto: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”.

Servindo-se de um conhecimento de fatos acima da média, a partir de pesquisas minuciosas, Abel tornou sua jornada menos difícil, mais próxima dos problemas e das soluções a serem encontradas nos bastidores esmeraldinos

Decifrar a “Esfinge Palmeiras” era o princípio traçado rumo ao sucesso”. Simples detalhes – e ao mesmo tempo, pontuais – levando um trabalho à frente.

Sendo assim, não foi surpresa a este colunista tomar conhecimento de que o “Gajo” sabia o nome do clássico disputado há dois dias passados. “Derby” não era corrida de cavalos e ele sabia bem o que significava.

Imprevisível, o “Derby” já ressuscitou times à beira de crises intermináveis e permitiu a outros elencos horizontes promissores. Jogar de forma cerebral, portanto, era algo imprescindível.

Após o histórico clássico disputado parece-nos simples analisar a vitória alcançada no “Allianz”, mas não é. Começou, na verdade, quando suamos sangue para classificarmos à final da “Copa Libertadores”. Tínhamos contraído um débito para com a nossa galera e precisávamos pagá-lo, quiçá com juros.

E assim, “Abel Ferreira” não priorizou nada e tudo que pudesse disputar seria disputado. Insanidade?

Aos poucos conhecemos pitadas de sua personalidade. Irascível, mas profundamente centrado nos objetivos a alcançar, através de um elenco onde titulares e reservas mão se distinguem.

Faço apenas um singelo pedido ao torcedor palestrino: “Não o rotule ou o compare com outros nomes. Ele é aquilo que o destino lhe traçou. Ou melhor, ‘Abel Ferreira’ é aquilo que ele vem planejando a anos e consolidando agora”.

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.