Por Catedral de Luz
01/03/2023

(Foto: Reprodução)

Revisitamos mais um texto publicado pela parceria “PTD/ GALOPE PEREGRINO”, datado de 09/09/2013 e batizado pelo nome “INIGUALÁVEL”.

Adjetivo escolhido por este colunista, “Inigualável” brinda os verdadeiros alviverdes com uma singela dose de fragrância do que foi representarmos a pátria ao envergarmos a camisa do selecionado brasileiro.

Conforme Ademir, o maior jogador da história palestrina, atualmente a torcida alviverde respira a “Terceira Academia”. Entretanto, ela não curte, inexplicavelmente.

Mas qual será o motivo da exigente coletividade recusar-se a desfrutar de tamanho momento único? Ser a próxima na sequência de Academias é para poucas.

Já dizia um poeta itinerante, saltimbanco da década de 70, “A felicidade inexiste. Todavia, o que existe na vida são momentos de pura felicidade”.

INIGUALÁVEL

Não pela vitória frente a equipe atleticana [3X1]. Não pela liderança do campeonato [Série B]. Não pelo objetivo ficar mais próximo [Série A], a cada rodada…

Embora o direito conquistado dentro das quatro linhas, à alegria e esperança, acho imperativo recordar ao torcedor alviverde sobre uma passagem inesquecível de nossa história notável, episódio pontual que poucos clubes do Brasil igualaram – somente mais 2 [o nosso adversário dos Derbys (novembro de 1965) e o CAM (1968)].

Primeira entidade a receber um convite oficial e representar as cores do selecionado brasileiro de futebol, a SEP derrotou categoricamente o forte selecionado uruguaio (3X0), classificado de forma invicta à Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra. Estávamos no final do inverno de 1965 (agosto). Nada mal para quem foi perseguido, de maneira discriminatória, quando da II Grande Guerra Mundial.

Humildade e patriotismo sempre marcaram as equipes palestrinas nesses 99 anos de história. Belo Horizonte, 48 anos atrás, sentiu a humildade operária e o patriotismo nada ufanista de nossa “Primeira Academia”, único elenco capaz de fazer frente ao domínio da “Era Pelé”.

A “ditadura militar” e a “direita secular” sofreram um duro golpe ao assistir um desafeto representar a bandeira brasileira. Entretanto, o verde tingiu um sentimento maior que o ranço inquisitorial das forças armadas. Pela segunda vez – a primeira em 1951 – deixávamos de ser SEP e passávamos a ser Brasil. Não um país manufaturado pela emissora “plin-plin”. A Academia não era imposta ao povo e mesmo assim abraçada por ele.

Contudo, o mundo gira e os veículos formadores ideológicos agem sobre as massas. Constantemente assistimos discursos tendenciosos, forjados à luz dos adjetivos exagerados. Assim sendo, se determinado clube atende pelo nome de “soberano”, por que a SEP não terá o direito ao epíteto “inigualável”?

O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.