Por Catedral de Luz
27/01/2025
Contabilizamos, desde 2020, dez títulos pelas mãos de Abel Ferreira. Mesmo assim, tudo na vida se acaba e parece que o matrimônio “técnico/torcida” se aproxima do final.
Algo similar no futebol brasileiro somente pelas mãos de Telê, entre 1991 e 1994. Foram onze títulos e o respeito de uma torcida – concorrente, é claro – que aprendeu a conquistar através da continuidade de trabalho, estratégia e planejamento.
Surpreende a este colunista que o respeito ao técnico alviverde termine assim, de forma instantânea, ao sabor da passionalidade própria de uma torcida cada vez mais soberba.
Verdade. O torcedor esmeraldino desconhece seu modus operandi e parece inevitável o momento em que o palmeirense despertará do sonho e perceberá que não festejou o suficiente, por absoluta falta de bom senso e proporcionalidade
As críticas sobram – no fundo elas ajudam –, mas o que entristece é a sátira e o menosprezo. Afinal, “Professor Pardal” é um título desprezível, de autoria de pseudopalmeirenses que não merecem os últimos anos de conquistas.
Aliás, é de bom tom afirmar que o problema vivido pelo Palmeiras tem vários responsáveis. A “Situação” não estabelece diálogo com a “Oposição” e esta não me deixa convicto de que o seu interesse é por um “Palmeiras Grande”. Interessa, sim, para ambas as partes o expurgo e em alguns momentos pontuais a trágica “vendeta”.
É bom lembrar aos desaviados que líderes nasceram para liderar e não abandonar as quatro linhas. Alguns por puro orgulho foram curtir a vida e esqueceram que o Palmeiras – clube – precisa dos homens – aqui espécie – que fazem diferença – alguém falou Paulo Nobre?
E assim vamos. Ao ritmo do efeito cascata. Começa na política pautada no oportunismo de uma vitória ou de uma derrota e passa por uma Mídia Palestrina cada vez mais plugada em seu próprio umbigo e deságua no torcedor, aqui interpretado como massa de manobra.
Onde chegaremos, leitores? Entendo que a nostalgia responderá tal pergunta e a saudade sufocará o peito de cada palmeirense.
Entretanto é tarde, amigos. Não há espaço para lágrimas. A torcida fez a sua escolha.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.