Por Catedral de Luz
04/02/2024
Um dia a idade chega e você percebe o quanto ela conspira contra a tua saúde.
Depois de certo tempo as dores do corpo e da alma te acompanham diariamente e a expectativa alheia diminui. Seria o número de células a reduzir e as rugas a aumentar? Talvez.
Assim como eu, digno descendente dos turbulentos anos 60, alguns de meus leitores não partilham de algumas ideias constantemente veiculadas pelas redes sociais. Todavia, apesar das divergências contidas na internet, tua voz e palavras são manifestadas, independentemente da idade. Ninguém te leva ao cadafalso porque passou dos sessenta ou tem menos de vinte. Você é seu ponto de vista.
Entretanto, a convivência com a “network” é experimentar a “terra de ninguém”. É fogo cruzado cotidiano. Bom senso e insanidade lutam pela sobrevivência, onde tese e antítese se alternam.
A parte que nos fala pessoalmente e nos lembra que somos alviverdes não nos conforta. Afinal é característica do torcedor “X” cornetar a derrota e esquecer a vitória. Enfatizar os títulos adversários e menosprezar as próprias proezas, mesmo que elas sejam similares às antagônicas.
Abel Ferreira é, por exemplo, um homem que frequenta o céu e o inferno intercalados. Ele conquistou feitos inimagináveis para um técnico em pleno Século XXI. Contudo, isto não é servido à mesa de discussões.
Nada ou ninguém está acima das críticas? Fato. Entretanto, elas ignoram o valor expresso na memória, principalmente quando próxima.
Provavelmente, um dia, o “Gajo” vença uma disputa por pênaltis. Isto ainda lhe falta no currículo. Pagaremos para ver?
Desculpem se não partilho do clamor exacerbado das cornetas dissonantes. Sou apenas uma cabeça que pensa diferente das demais. Coisa da idade, talvez. Gratidão pelas últimas temporadas, pois a vida tem feito de mim um homem feliz.
O escritor e colunista Catedral de Luz nasceu na turbulenta década de 60 e adquiriu valores entre as décadas de 70 e 80 que muito marcaram sua personalidade, tais como Palmeiras, Beatles, Letras, Espiritismo e História… Amizades… Esposa e Filha.
Os anos 90 ensinaram-lhe os atalhos, restando ao novo século a retomada da lira e poesia perdidas.